Cercada de grande expectativa em relação ao momento político e econômico, que deverá ser o marco da inclusão definitiva do turismo como segmento de ponta na geração de empregos e renda para o País, a ABAV (Associação Brasileira de Agentes de Viagens) abriu, nesta quarta-feira (27), em São Paulo, a 45ª edição da feira.
Destacando a importância do evento e da data significativa – hoje é o Dia Internacional do Turismo – o presidente da Embratur, Vinicius Lummertz, junto ao diretor de Gestão Interna do Instituto, Tufi Michreff, participou da abertura, e resumiu o sentimento predominante entre os profissionais do setor.
"Pela primeira vez, o turismo aparece como protagonista da solução econômica para os graves problemas do Brasil. A saída da crise é pelo turismo. E essa afirmação também passa a ser política, e por isso ganhará novos patamares de consciência na sociedade", afirmou o presidente, durante seu discurso na feira.
Para ele, o Brasil tem grandes atrativos turísticos e culturais, o que contribui para transformar-se em potência mundial do setor. “Somos um País conservador, mas precisamos romper com isso e mudar, aceitar que entre as reformas da economia, propostas pelo governo, são relevantes para o Brasil avançar econômica e socialmente e, principalmente, colocar o turismo em destaque. Somente com instituições mais ágeis teremos condições de enfrentar a concorrência internacional para atrair mais turistas. Até países com economia forte e que, tradicionalmente, eram extremamente industrializados, como o Japão, por exemplo, estão traçando metas para desenvolver o turismo”, destacou.
O presidente da Embratur afirmou que, enquanto países vizinhos gastam cada vez mais em promoção internacional e modernizam as estruturas de seus organismos, “atuamos na contramão dessa história”. Lummertz disse, ainda, que é preciso convencimento de todos os setores (públicos e privados) para que haja o desenvolvimento do setor.
“A Argentina investiu no ano passado US$ 36 milhões, a Colômbia, cerca de US$ 48 milhões, e o México, mais de US$ 400 milhões. Todos eles apresentam fluxos turísticos internacionais sólidos e crescentes. É preciso união entre as lideranças do setor, para que haja uma maior motivação política em torno das questões do turismo. Atualmente, o turismo brasileiro representa 3,7% do PIB, mas este número chega a 10% quando outros serviços ligados ao setor estão incluídos. Somos uma economia forte internamente, mas não tão forte externamente. O turismo, por exemplo, é o quinto item da balança exportadora do Brasil e podemos ajudar cada vez mais a economia do País”, disse Lummertz.
Em complementação à fala do presidente da Embratur, o ministro do Turismo, Marx Beltrão, destacou a importância da aprovação do projeto de lei que prevê a transformação do Instituto em agência, para alavancar a vinda de turistas estrangeiros e, consequentemente, ajudar na economia do País.
“Destaco, também, a nova Lei Geral do Turismo, que está em tramitação no Congresso Nacional. A proposta faz um ajuste na Política Nacional do Turismo e destaca a importância do envolvimento da população local no turismo. Além disso, a ideia da modernização é acompanhar as novas demandas do setor, desburocratizar procedimentos, integrar mais a iniciativa privada e ampliar o ambiente de negócios”, disse o ministro.
Marx Beltrão ressaltou, ainda, a conquista da facilitação dos vistos que entram em vigor em novembro e disse que além da Austrália, Estados Unidos, Canada e Japão o próximo país a ser incluído entre os beneficiados deve ser a China.
Mais promoção
Presente no evento de abertura da ABAV EXPO, o prefeito de São Paulo, João Doria, destacou a importância do setor para a economia dos estados e municípios brasileiros e falou do lançamento de uma campanha, aos moldes do plano “Rio de Janeiro a Janeiro”, para a promoção da capital paulistana.
“Nos próximos dias, iremos lançar um programa conjunto promocional entre as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, dois grandes destinos emissores e receptores de turistas. Chegou a hora do turismo no Brasil”, destacou ele.
Dados do evento
A 45ª edição da ABAV EXPO conta, este ano, com 25 mil metros quadrados de espaço e cerca de 1 mil marcas expositoras, entre nacionais e internacionais. Segundo o presidente da ABAV Nacional, Edmar Bull, na solenidade de abertura oficial, a organização do evento contabilizou 23 mil inscrições de profissionais do Turismo e 1,2 mil pessoas trabalhando na feira.
O evento contará, também, com mais de 5 mil rodadas de negócios; 200 buyers (compradores) convidados; 800 agentes de viagens em caravanas e 80 ações na Vila do Saber.
Embratur quer incrementar ações com Hosted Buyers
Ao receber um grande grupo de representantes de agências de viagens líderes em comercialização de pacotes de viagens (conhecidos no meio turístico como os hosted buyers) em São Paulo nesta semana, o presidente da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), Vinicius Lummertz, adiantou que devido a efetividade de ações como esta, serão feitos esforços para reunir cada vez mais hosted buyers (compradores convidados) para mostrar as potencialidades do Brasil.
"Com a transformação da Embratur em agência, poderemos ter mais agilidade e flexibilidade para organizarmos eventos como esse. O Brasil tem muitos destinos, muitas opções para qualquer tipo de turista. Quem está vendendo nosso País precisa conhecer o produto", comentou Lummertz para um grupo de 41 representantes do trade internacional, que estiveram em São Paulo a convite da Embratur e ABAV Nacional, durante a realização da 45ª edição da feira. Além de participar de rodadas de negócios, os operadores conhecerão o litoral norte de São Paulo, em famtour promovido pelo Instituto, com o objetivo de mostrar os atrativos do estado.
De acordo com o coordenador-geral de Inteligência Competitiva e Mercadológica do Turismo, Alisson Andrade, o programa faz parte da estratégia de promoção do País no exterior, desenvolvida pela Embratur, em parceria com a ABAV e empresas aéreas.
“Nosso principal objetivo é aumentar a participação de destinos internacionais, além de fazer com que eles percebam que a feira oferece não apenas roteiros e destinos, mas múltiplas oportunidades para que o mercado brasileiro continue cada vez mais competitivo”, afirmou o coordenador. Para ele, com essa aproximação, “a Embratur possibilita novas estratégias e ações de promoção do setor, além de criar condições e oportunidades ideais para representantes do mercado de turismo brasileiro se relacionarem com profissionais de alto poder de decisão de compra”, completou Alisson.
Artur Hugen, com Ascom/Embratur
19 de Novembro, 2024 às 23:56