O Paraná quer se consolidar entre os três estados mais intensivos em inovação do Brasil. Segundo o Centro de Liderança Pública (CLT), atualmente o Estado ocupa o quinto lugar e a meta é ganhar posição no período de 20 anos.
Este foi o assunto da reunião do Conselho Estadual de Parques Tecnológico (Cepartec), nesta terça-feira (24), no Palácio Iguaçu, em Curitiba. O Conselho, que é presidido pelo governador Beto Richa, aprovou a criação do Sistema Paranaense de Parques Tecnológicos e apresentou a proposta de seu planejamento estratégico, até 2.037.
O sistema será agora formalizado por meio de decreto do governador.
O Sistema Paranaense de Parques Tecnológicos vai ordenar e integrar ações de pesquisa e inovação tecnológica, buscando a participação de universidades e institutos de pesquisas, alunos, pesquisadores e setor privado. “No Estado, existem inúmeras iniciativas implantadas, mas faltava uma coordenação que pudesse identificar quais são as inovações necessárias a serem desenvolvidas aqui, quais as fontes de financiamento para que esta inovação se desenvolva e quais as equipes capacitadas para poder desenvolver esse projetos”, explicou o secretário de Estado da Fazenda, Mauro Ricardo. Ele ressaltou a importância da parceria entre as instituições envolvidas para que os parques tecnológicos alcancem os resultados esperados.
Hoje, no Paraná, existem 15 iniciativas efetivas de parques tecnológicos nas áreas de agroindústria, biotecnologia, nanotecnologia e tecnologias da informação. Destas, oito já se encontram em fase de operação: os parques de Cascavel, Londrina, Pato Branco, Foz do Iguaçu, Parque Tecnológico Virtual-PTV, Tecnoparque da PUC/Pr, Parque de Software de Curitiba, Parque Tecnológico do Tecpar. Outras quatro estão em em fase de planejamento: parques de Ponta Grossa, Guarapuava, Paranavaí, Jacarezinho; e três em fase de implantação – Toledo-Biopark, Maringá; Cornélio Procópio.
Ações direcionadas
Segundo o secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, João Carlos Gomes, o Conselho tem uma importante atuação para que o Paraná se consolide como um estado inovador. “A partir deste planejamento teremos ações mais direcionadas para o fortalecimento dos nossos parques tecnológicos, através da integração entre as universidades e instituições parceiras”, disse ele. “Não só o Paraná, mas todo o Brasil precisa ampliar sua atividade na área de inovação e implementação de novos parques tecnológicos regionais, visando melhores condições para o desenvolvimento”, afirmou.
Para o coordenador do grupo técnico do Cepartec, Francisco Assis Inocêncio, com o planejamento estratégico, o Paraná estará entre os três melhores estados do Brasil. “Vamos criar mecanismos nos parques tecnológicos que facilitem a integração entre as instituições de pesquisa científica e tecnológica e as empresas. Nosso desafio é garantir a interação para que os parques se tornem complementares”.
Cepartec
O Conselho Estadual de Parques Tecnológicos foi instituído no ano passado (decreto 5.145/2016) para elaborar a política pública para instalação de parques tecnológicos no Paraná, apontar segmentos prioritários, aprovar e acompanhar a implantação desses parques.
Presidido pelo governador, o Conselho tem a participação da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e Secretaria de Estado da Fazenda, responsáveis pela coordenação, de universidades, de outras sete secretarias, das sete universidades estaduais, além de universidades federais e particulares, do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Tecpar, Simepar, Fundação Araucária, federações das indústrias, da Agricultura, das associações comerciais, do comércio varejista e o Sebrae, e dos Parques Tecnológicos de Itaipu e Biopark, de Toledo.
Presenças
Também participaram da reunião o secretário de Estado de Planejamento e Coordenação Geral, Juraci Barbosa, e o presidente da Agência Paraná de Desenvolvimento, Adalberto Neto.
Sistema vai beneficiar agronegócio e desenvolvimento de micro e pequenas empresas
O Sistema Paranaense de Parques Tecnológicos vai alavancar ainda mais a liderança do Paraná no agronegócio, segundo Ronei Volpi, diretor-executivo do Fundo de Desenvolvimento da Agropecuária Paranaense (Fundepec) e assessor da presidência da Federação da Agricultura do Paraná (FAEP).
“O setor de agronegócio é o motor do Paraná e de todo o País e, ao contrário do que muita gente pensa, é o segmento que mais absorve tecnologia e inovação”, disse ele. “Por isso, esse sistema vem complementar as políticas públicas para a área já desenvolvidas aqui no Estado”, complementou.
Atualmente, a FAEP desenvolve, junto com o Governo do Paraná, 38 projetos na linha de conservação de solos e água. Cerca de R$ 12 milhões já foram investimentos nas ações, sendo que deste total 50% são provenientes de recursos do Estado e o restante da própria instituição.
Micro
Além da promoção da agricultura, o Sistema Paranaense de Parques Tecnológicos também vai colaborar com o segmento de micro e pequenas empresas, que depende da tecnologia para crescer, disse o diretor-presidente do Sebrae-PR, Vitor Roberto Tioqueta. Para ele, a inovação é um fator determinante para o futuro do setor.
“As empresas estão precisando de melhorias na inovação e na tecnologia para poder competir no mercado, principalmente agora com esse modelo de negócios das startups”, disse. “É excelente quando você consegue trabalhar em conjunto com instituições que têm conhecimento em empreendedorismo e em gestão e, principalmente, com aquelas que podem fornecer recursos para investimentos”, complementou.
Artur Hugen, com AEN/GPR/Fotos: Divulgação