As Agências de Desenvolvimento Regional (ADR) do Oeste unem os objetivos para viabilizar a Rota do Milho, considerada um canal de oportunidades para o transporte de grãos, por meio da integração fronteiriça entre o Paraguai, Argentina e Santa Catarina.
A ADR Chapecó promoveu reunião nesta segunda-feira, 30, que contou com a participação de 10 ADRs e Sebrae. Como resultado, foi formada uma comissão que irá trabalhar por uma agenda conjunta de ações para defender a efetivação desta rota.
A comissão é composta por representantes das ADRs de São Miguel do Oeste, Xanxerê e Dionísio Cerqueira, com a coordenação de Chapecó. Entre as prioridades que irá defender estão a estruturação e fluidez da passagem aduaneira de Dionísio Cerqueira, implantação de infraestrutura e funcionamento da passagem aduaneira de Paraíso (SC) a San Pedro (Província de Misiones, na Argentina) e a melhoria da estrutura rodoviária do Oeste e Extremo-Oeste catarinense.
A reunião contou com a participação de representantes das ADRs de Concórdia, Itapiranga, Maravilha, Quilombo, São Lourenço do Oeste, São Miguel do Oeste, Seara, Xanxerê, Palmitos e Chapecó. Esta articulação visa a importação principalmente de milho dos países vizinhos para uso na alimentação de aves, suínos e gado leiteiro.
Atualmente, Santa Catarina produz em torno de três milhões de toneladas de milho ao ano e o consumo é no mínimo o dobro. A diferença é adquirida no Centro-Oeste do Brasil, Argentina e Paraguai, sendo que as distâncias representam aproximadamente o dobro do que está sendo proposto pela Rota do Milho.
A secretária executiva de Desenvolvimento Regional de Chapecó, Astrit Savaris Tozzo, está acompanhando este processo. “Nossas agroindústrias não tiveram aumento significativo na produção de suínos e aves na última década, estamos unindo esforços para manutenção desta matriz econômica regional, por isso temos que somar forças. Esta rota também será um canal de desenvolvimento para outros setores, entre eles, o turismo”, afirma a secretária.
O coordenador regional Oeste do Sebrae, Enio Alberto Parmegiani, apresentou dados sobre a produção e a importância da viabilização da rota. “É necessária uma ação contundente que envolva os governos do Estado e Federal na evolução do atendimento dessa demanda, porque muitos pequenos negócios dependem do êxito dessas ações”, explica.
Segundo o gerente de Políticas Econômicas Rurais e Urbanas da ADR Chapecó, Mauro Zandavalli, é preciso constância no abastecimento para manter a atividade econômica. “Tem que ficar bem claro que não há prejuízo algum para o nosso produtor regional, pois o que determina o valor do preço pago ao milho na nossa região é a agroindústria. Sendo assim, é fundamental a manutenção desta atividade para o desenvolvimento regional”, destaca.
A rota
A nova rota se inicia no departamento de Itapúa (Paraguai), na cidade de Mayor Julio Otaño, passa por Misiones (Argentina), pela cidade de Eldorado com direção a Bernardo de Irigoyen, onde ocorrerá a conexão com o Brasil no Estado de Santa Catarina, através de Dionísio Cerqueira, passando por São Miguel do Oeste.
A proposta tem o envolvimento da Secretaria de Estado do Planejamento, executiva do Núcleo Estadual de Faixa de Fronteira de Santa Catarina (NFSC), do Fórum de Competitividade e Desenvolvimento para o Oeste de SC com o Bloco dos Prefeitos do Mercosul (Bripam), conta com apoio do Sebrae/SC e Associações dos Municípios do Oeste de Santa Catarina.
Artur Hugen, com AI/ADR/Chapecó/Fotos: Divulgação
19 de Novembro, 2024 às 23:56