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Brasil e Europa debatem estratégias de combate ao desperdício de alimentos

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No Rio, seminário reúne especialistas e representantes da indústria e do comércio
 

A meta é ambiciosa: em 13 anos, reduzir pela metade o desperdício mundial de alimentos. Todo ano 1 bilhão e 300 milhões de toneladas de alimentos são jogados no lixo enquanto que 795 milhões de seres humanos passam fome.

Segundo dados das Nações Unidas, a produção oriunda de 30% da área agricultável do mundo é lançada fora. O prejuízo é estimado em US$ 750 bilhões.

América Latina e Caribe refletem o que acontece no planeta. Mais da metade dos alimentos são inutilizados: 28% na produção e outros 28% no consumo.

No Brasil ainda não há estudos conclusivos para desenhar o mapa do desperdício. A pesquisadora da Embrapa, Milza Moreira Lima, explica que nos países mais desenvolvidos o desperdício é menor na produção e maior no consumo. Nos países mais pobres ocorre o inverso, mas as duas situações existem no Brasil: regiões mais urbanizadas em que o desperdício é mais elevado no consumo e menos urbanizadas com maior desperdício na produção.

Além disso, a pesquisadora alerta que para dispormos de uma análise acurada é preciso também avaliar o impacto ambiental dessa produção perdulária.
Em 2016, a Embrapa lançou a campanha #Sem Desperdício com o objetivo de conscientizar produtores e mudar hábitos de consumo, resultado da parceria com a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) e WWF Brasil (entidade não governamental dedicada à conservação da natureza).

A próxima etapa da campanha acontecerá no Rio de Janeiro com o seminário Sem Desperdício, a realizar-se nesta terça feira, dia 31 de outubro, no Museu de Arte do Rio de Janeiro. O evento integra os Diálogos Setoriais União Europeia – Brasil reunindo técnicos europeus, brasileiros, representantes do comércio e da indústria nacionais. 

Especialistas da Dinamarca Espanha, França, Holanda e Suécia apresentarão as experiências bem-sucedidas em seus países e que poderão estimular o desenvolvimento de políticas públicas brasileiras de combate ao desperdício.

A FAO Brasil apresentará relatos de estudos sobre o tema na América Latina e colocará em discussão estratégias de combate ao desperdício de alimentos passíveis de serem adotadas no país.

Representantes de empresas brasileiras analisarão oportunidades para reduzir as perdas nas etapas finais da cadeia agroalimentar, tais como estudos de caso no varejo no Rio de Janeiro e nas indústrias paulistas de embalagens.

Os especialistas europeus visitarão uma propriedade rural na região serrana do Rio de Janeiro, modelo de agricultura orgânica e de aproveitamento de resíduos na colheita e no processamento,

“Com uma produção diária de dez toneladas de hortaliças por dia, cinco são de resíduos”, explica Aline Bastos, analista da Embrapa Agroindústria de Alimentos. “As sobras da colheita e do processamento das hortaliças são usadas para compostagem. Essa prática diminui o impacto ambiental e o custo com logística, já que não é necessário contratar caminhões para o transporte desses resíduos, e ainda gera um insumo para a produção orgânica”.

O seminário terá transmissão online pelo canal da Embrapa no YouTube e no perfil Sem Desperdício no Facebook.

 
 

Artur Hugen, com  Coordenação-geral de Comunicação Social do Mapa/Fotos: Divulgação