As políticas brasileiras que darão continuidade à redução do desmatamento na Amazônia foram apresentadas nesta sexta-feira (17/11) no último dia Conferência do Clima, a COP 23, em Bonn, na Alemanha.
O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, declarou que reforçará as ações de controle e incentivo à economia florestal para manter a queda do desmate na região. O anúncio ocorreu no encerramento do Espaço Brasil na COP 23, área do governo federal dentro da Conferência para articular a sociedade no agenda.
O fortalecimento ocorrerá nas medidas que garantiram a redução de 16% no desmatamento da Amazônia, anunciada em outubro. Entre elas, segundo o ministro, estão as operações de fiscalização e o incentivo ao desenvolvimento sustentável da região.
"Essa política contribui enormemente para rever a curva do desmatamento", afirmou Sarney Filho. "Esse índice continua descendo porque todas essas políticas continuam sendo intensificadas", acrescentou.
A promoção da economia florestal sustentável também é responsável por resultados como a redução de 28% do desmatamento nas unidades de conservação federais, anunciada pelo ministro em Bonn, no início da semana. "Só vamos resolver o problema quando passarmos a valorizar o bem ambiental e já começamos a agir nesse sentido", explicou.
O ministro destacou, ainda, a importância do Espaço Brasil na COP 23 para articular a sociedade em direção à sustentabilidade. Ao todo, foram 52 eventos com apresentações e debates sobre temas como economia de baixo carbono, segurança hídrica e tecnologias. "Foi um espaço democrático em que todos puderam discutir e apresentar o que está sendo feito no país", resumiu o ministro.
Valorização
Os próximos passos da política ambiental brasileira envolverão ações voltadas para as cadeias produtivas sustentáveis. O diretor de Florestas e Combate ao Desmatamento, Jair Schmitt, adiantou que estão sendo elaborados critérios junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) para induzir projetos de viabilização de concessões florestais. "São ações para valorização da floresta", explicou Schmitt. "Hoje, para trabalhar legalmente com sustentabilidade, ainda existem dificuldades."
Também foram apresentados os resultados positivos da concessão florestal, que dá ao concessionário apenas o direito de praticar o manejo florestal. De acordo com o diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro, Raimundo Deusdará, o processo é baseado em estudos técnicos e a supressão só ocorre quando não apresenta qualquer risco ou impacto para a região. "O concessionário está lá dentro, cuidando da floresta, produzindo e gerando empregos para a população", explicou Deusdará.
Artur Hugen, com Lucas Tolentino, enviado a Bonn/Fotos: Gilberto Soares/MMA
19 de Novembro, 2024 às 23:56