O potencial do país como potência agroambiental foi destacado em painel realizado nesta semana, no Espaço Brasil na Conferência das Partes para Mudança do Clima (COP 23), em Bonn (Alemanha).
Participantes do painel organizado pela Centro de Estudo em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas enfatizaram que o Brasil tem tudo para ser reconhecido mundialmente pela capacidade de conciliar a produção agropecuária com a preservação do meio ambiente, contribuindo não apenas para baixa emissão de carbono, mas também para uma agricultura carbono negativo.
Avanços significativos já foram dados com o Plano ABC, Cadastro Ambiental Rural e o Código Florestal. Um exemplo apresentado foi o da adoção da integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) em 11,5 milhões, ultrapassando de maneira antecipada a meta voluntária estipulada pelo governo federal em 2009 para aumentar em 4 milhões a área com o sistema produtivo até 2020.
“A Embrapa tem feito um esforço extremamente relevante e é uma das instituições responsáveis pelo sucesso da agropecuária brasileira”, destacou o embaixador e presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (Apex-Brasil), Roberto Jaguaribe.
“As demandas ambientais são fundamentais. Mas existe um componente demagógico que a gente precisa superar. Para isso é preciso engajar outros atores fora do país que tenham uma visão mais realista sobre a realidade brasileira”, disse o embaixador se referindo à interesses comerciais que são ocultados em demandas ambientais internacionais.
Renato Rodrigues, pesquisador da Embrapa e presidente do Conselho Gestor da Rede Integração Lavoura-pecuária- floresta (ILPF), parceria público privada para fomento dos sistemas integrados de produção agropecuária, Renato Rodrigues, destacou a vanguarda do Brasil na produção sustentável. “Buscamos cada vez mais melhorar esse sistema de produção, oferecer mais benefícios ao produtor e também levar junto essa agenda ambiental”, afirmou.
Rede ILPF na COP
A Rede ILPF está participando da COP 23 divulgando a tecnologia de integração lavoura-pecuária- floresta (ILPF) e buscando junto a fundos internacionais apoio financeiro para a implantação do projeto “Programa de Segurança Alimentar e Nutricional, Valorização do Campo e Tecnificação da Agricultura Tropical: ILPF, a alternativa para a agricultura do amanhã”.
A proposta, elaborada pela Rede ILPF, prevê ações para os próximos dez anos e busca captar 1 bilhão de dólares junto a instituições internacionais.
Agronegócio depende do clima
O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, em sessão plenária nesta quinta-feira (16), que também lembrou o programa ABC, observou que “os empresários do setor agropecuário, que é o mais dinâmico na nossa economia, em termos de geração de empregos e exportações, estão apoiando nossas ações sob o Acordo de Paris, porque entendem que seus negócios dependem do sucesso que tenhamos no enfrentamento da mudança do clima em termos globais”.
Artur Hugen, com Gabriel Faria/Embrapa/Foto: Divulgação
19 de Novembro, 2024 às 23:56