Uma operação conjunta do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e Polícia Ambiental desmontou, nesta semana, uma fabriqueta clandestina de palmito. Os criminosos faziam a extração ilegal da espécie nativa de dentro do Parque Estadual das Lauráceas, entre os municípios de Adrianópolis, Tunas do Paraná e Bocaiúva do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba.
No local, foram apreendidos 377 quilos de palmito juçara, prontos para o consumo, outras 1.107 cabeças de palmito in natura, além de materiais e ferramentas que eram utilizados durante o processo de extração e preparação do produto para venda. Os palmitos apreendidos que ainda não passaram pelo processo de cozimento na fabriqueta serão doados. Os demais precisarão passar por uma inspeção sanitária.
A operação resultou na prisão em flagrante de quatro pessoas, que responderão o processo em liberdade, em três autos de infração que somam R$ 125,65 mil em multas e a um processo administrativo junto ao IAP.
Monitoramento
O flagrante feito pela polícia e pelos fiscais do IAP foi possível graças a uma rede de monitoramento no entorno da Unidade de Conservação. Vizinhos, empresas parceiras e órgãos públicos fazem parte da rede que monitora as atividades realizadas nos 32 mil hectares do Parque e em seu entorno.
“Essa rede deu a informação de que havia dois carros parados próximos ao parque e carregados de palmitos. Nós acionamos a nossa fiscalização e a polícia”, conta o gerente do parque, Michel Coutinho Hamon Mello.
O local, de difícil acesso, faz divisa com o estado de São Paulo, por isso a dificuldade em fazer flagrante de atividades clandestinas como essa. “Muitas quadrilhas se aproveitam do tamanho do parque e do relevo montanhoso, para entrar na unidade e fazer a extração ilegal de palmito que é o que a gente mais combate no local. Eles fogem para São Paulo, diluem os produtos em pequenos mercados o que dificulta o rastreamento”, explica Michel.
Alerta
O gerente do Parque alerta que as pessoas que não são vizinhas ao parque também podem ajudar a combater a extração e comércio ilegal de palmito. “É uma iguaria da floresta, todo mundo adora comer o palmito, mas ninguém pensa da onde vem. É preciso que as pessoas pensem de onde eles vêm. Além de incentivar um crime ambiental, o consumo de palmito clandestino também é perigoso para a saúde. A maioria não tem condição sanitária nenhuma, são rótulos esquentados como esses que foram presos e não existe nenhum controle de higiene”, explica.
Lauráceas
Maior Unidade de Conservação Estadual de Proteção Integral, o Parque Estadual das Lauráceas preserva 32 mil hectares de Mata Atlântica. São áreas úmidas com ocorrência de florestas primárias, árvores de grande porte e importante diversidade de fauna e flora.
Inserido em uma região caracteristicamente montanhosa e com vales profundos, a unidade de conservação abriga uma extensa rede hídrica, onde há também cavernas e formações calcárias associadas.
O local também garante a conservação de muitas espécies da fauna como a Jacutinga, Gavião-de-penacho, Papagaio-de-peito-roxo. Além disso, o parque abriga muitos animais endêmicos ou ameaçados de extinção, como a Onça-parda, Paca, Anta, Veados, Queixada e Lontra.
Artur Hugen, com AEN/GPR/ Foto: Divulgação IAP
19 de Novembro, 2024 às 23:56