O programa Verão para Todos 2018, além de levar serviços do governo do Estado, também oferece melhor acessibilidade a pessoas com deficiência no Litoral.
Desde 2012, a Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência e com Altas Habilidades (Faders) possibilitou que mais de dez mil pessoas tomassem banho de mar com as cadeiras anfíbias, desenvolvidas especificamente para cadeirantes ou quem tem mobilidade reduzida.
O projeto Praia Acessível está disponível em 15 balneários gaúchos. Neste ano, pelo menos 500 banhistas utilizaram a cadeira no período de 29 de dezembro a 13 de janeiro. No ano passado, cerca de 2,7 mil veranistas foram beneficiados.
Conforme a coordenadora Cláudia Alfama, 20 delas estão disponíveis nas praias contempladas. Em cada município, a exigência é de que haja ao menos duas unidades para atendimento ao público em parceria com o Sesc. Apenas Barra do Ribeiro e Rosário do Sul possuem um equipamento cada.
"São muitas as histórias que a gente escuta. A visão das pessoas muda com o projeto. Por muitas vezes, os banhistas que estão à beira-mar veem alguém utilizando a cadeira e divulgam a informação, o que muda a cultura de todos", conta.
Cada ida ao mar leva entre 15 e 20 minutos e é sempre acompanhada por profissionais capacitados pela própria Faders para conduzir o banho de mar seguro. Guarda-vidas também acompanham atentamente as atividades. Somente nesse sábado (20), 22 pessoas utilizaram o serviço até o fechamento da reportagem.
"A Faders proporciona um momento que não tem preço. Antes do Praia Acessível, era complicado porque não tínhamos acesso ao banho de mar. Agora, a sensação de liberdade é sem tamanho", se alegra Josemar Martins, que teve paraplegia e preside a Associação das Pessoas Portadoras de Deficiência Física de Capão da Canoa (Apodec).
Surf adaptado
A parceria com o projeto Garopas, do L'aqua de Caxias do Sul, dispõe de pranchas para pessoas com deficiência pegarem onda. O sábado, por exemplo, foi mais um dia especial para Janaína Lafourcade, que já é adepta do projeto Praia Acessível. Ela, que foi a primeira a ser beneficiada com a cadeira anfíbia em 2012, teve a oportunidade de surfar em Capão da Canoa.
A pessoa é levada até o mar na cadeira anfíbia acompanhada por parceiros da L'aqua e da Faders. Ao chegar às ondas, é feita a transferência para a prancha adaptada. Uma das idealizadoras do projeto, Renata Gomes Goulart, explica que tudo começou em 2013 em uma iniciativa unindo natação ao surf, recebendo apoio da Universidade Caxias do Sul.
"Oferecemos aulas de surf, independente da deficiência que a pessoa possua, para que seja praticado um esporte seguro e que elas se divirtam no mar. A satisfação de poder ir à praia e aproveitar como qualquer outra pessoa uma modalidade que costuma estar muito longe da realidade delas é muito legal pra autoestima", percebe a professora Renata.
O projeto já atendeu cerca de 150 pessoas e é promovido somente no veraneio. Nas próximas semanas, o surf adaptado chega às praias de Areias Brancas e Torres.
Artur Hugen, com Secom/GRS/Fotos: Alex Rocha/Palácio Piratini
Programação Praia Acessível
Capão da Canoa - 16 de dezembro
Rosário do Sul - 6 de janeiro
Capão da Canoa - 20 de janeiro
Tramandaí - 27 de janeiro
Arroio do Sal - 3 de fevereiro
Torres - 10 de fevereiro
Arambaré - 17 de fevereiro
Cassino - 24 de fevereiro
Para acompanhar a programação e saber quais serviços estão disponíveis nas praias gaúchas, acesse o site.
19 de Novembro, 2024 às 23:56