A seca que castiga vários municípios da Campanha e da Zona Sul, no Rio Grande do Sul, tem provocado prejuízos milionários nas áreas rural e urbana. Apenas em Bagé, onde há racionamento de água há mais de 45 dias, a estiagem causou perdas de R$ 50 milhões, informou o prefeito Divaldo Lara, que esteve nesta quarta-feira (21) no gabinete da senadora Ana Amélia (Progressistas-RS), acompanhado do deputado federal Afonso Hamm.
A senadora assegurou ao prefeito que irá levar o tema à Casa Civil, no governo federal, para solicitar auxílio no enfrentamento à seca. A execução de projetos relacionados a barragens na região, apoio para perfuração de poços artesianos e para manutenção e limpeza de açudes devem estar entre as solicitações.
Cerca de 30 municípios têm problemas relacionados à falta de água e vários deles já decretaram situação de emergência, aguardam reconhecimento do decreto pela União ou estão com o pedido sob análise do Estado ou ainda recolhendo documentos para entregar à Defesa Civil.
Além do problema de abastecimento de água para a população, são registradas perdas nas lavouras, queda na produção e até a morte de animais. Estabelecimentos comerciais como padarias e restaurantes também são afetados e registram redução nas vendas.
— A situação é realmente preocupante e ações urgentes são necessárias. Estamos solicitando reunião na Casa Civil para que os prefeitos da Campanha e da Região Sul possam apresentar as demandas e conseguirmos auxílio — disse a senadora.
Ana Amélia destaca alternativa à crise enfrentada por produtores de leite e de arroz
A senadora Ana Amélia (Progressistas-RS) reforçou nesta semana, na tribuna do Senado, a ideia para que o governo compre o excedente da produção de leite e de arroz para alimentar os venezuelanos refugiados em estados como Roraima e Amazonas.
A medida beneficiaria produtores gaúchos de arroz e de leite, que sofrem com os elevados custos de produção, com o baixo preço que recebem pelo produto e com a concorrência de países vizinhos.
Na tribuna do Senado, a senadora gaúcha falou sobre a situação enfrentada pelos agricultores. A desvalorização do leite, por exemplo, afastou mais de 20 mil produtores da atividade no Rio Grande do Sul nos últimos dois anos. O Estado é o segundo maior produtor.
Municípios que têm a pecuária leiteira como base econômica cogitaram até decretar situação de calamidade pública em função dos reflexos da perda de receita dos produtores na economia local e na finança das prefeituras. O valor do litro de leite previsto para fevereiro é de R$ 0,9493, enquanto há um ano era de R$ 1,18.
Ana Amélia também mencionou a 28ª Abertura da Colheita do Arroz, que ocorre de 21 a 23 de fevereiro, em Cachoeirinha, oportunidade em que os produtores devem debater outras medidas de enfrentamento à crise.
As dificuldades são provocadas pelos altos custos de produção na lavoura, os baixos preços praticados no mercado do grão, a guerra fiscal e as importações de países do Mercosul. O aumento no preço da energia elétrica e dos combustíveis estão entre os principais vilões.
A proposta da compra do excedente de arroz e de leite poderá ocorrer por meio de emenda a medidas provisórias.
Ana Amélia já havia sugerido ao governo, no final de 2017, no Plenário e na Comissão de Relações Exteriores, a compra do excedente de leite para doar a países que enfrentam problema de fome. Em 2011, a parlamentar gaúcha foi relatora de MP autorizando o governo a doar alimentos dos estoques públicos a países atingidos, no ano passado, por eventos naturais e sociais. Foram 500 mil toneladas de arroz e 10 mil toneladas de leite em pó, entre outros produtos.
Artur Hugen, com Agência Senado/AI/Gabinete/Fotos: AI, Gabriel Munhoz e Marcos Rodrigues/AS
19 de Novembro, 2024 às 23:56