O Senado terá participação ativa no 8º Fórum Mundial da Água, a ser realizado em Brasília de 18 a 23 de março. Na ultima semana, foi realizada uma sessão temática de debates sobre o tema e instalada uma subcomissão temporária para acompanhar o evento internacional. O colegiado vai funcionar no âmbito da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE).
O presidente do Senado, Eunício Oliveira, lembrou que, desde 1997, os maiores especialistas em recursos hídricos se reúnem para elaborar propostas e compromissos sobre a gestão da água. E, pela primeira vez, o encontro será realizado na America do sul, graças, segundo ele, ao esforço conjunto dos setores público e privado, da academia e de um grupo de parlamentares.
— A gestão hídrica é dos temas multidisciplinares que necessitam de contribuição vinda das mais variadas fontes: cientistas, políticos, líderes comunitários e agricultores, para que possamos nos preparar para eventuais crises, como as que enfrentamos há décadas no Brasil. E não apenas na região mais árida do Nordeste — afirmou.
O presidente da CRE, Fernando Collor (PTC-AL), destacou que o Fórum vai receber mais de 40 mil pessoas de 100 diferentes países para mais de 200 sessões de debates, dando a importância que o tema água — "o petróleo do século 21" — merece.
— O evento tem importância ainda maior pela alarmante crise hídrica global. Não restam mais dúvidas de que a água, muito em breve, será o petróleo do século 21, com todas consequências que isso deverá trazer no ambiente das relações internacionais, e mesmo da segurança nacional — afirmou.
O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), lembrou o longo caminho percorrido por Brasília até conquistar o direito de abrigar o Fórum, vencendo a concorrência com Copenhagen, na Dinamarca.
Ele aproveitou para destacar atividades importantes agendadas para a capital federal, entre elas, três grandes encontros: um de parlamentares de todo o mundo; um de juristas, para debate sobre o direito de todos sobre a água; e um de governadores que convivem com diferentes realidades em relação aos recursos hídricos.
O senador licenciado e ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), afirmou que seu ministério tem participado da organização do evento especialmente na mobilização do segmento político. Segundo ele, o Brasil é hoje um país que se orgulha de ter políticas sustentáveis e de cuidar do seu ambiente.
— Eu penso que o ponto inaugural dessa inserção foi exatamente a Conferência Rio 92, de iniciativa do presidente à época Fernando Collor. Essa conferência contribuiu imensamente para que o Brasil fosse hoje considerado uma potência ambiental no mundo, apesar de muita desinformação, desinformação muitas vezes movida por determinados interesses — afirmou.
A subcomissão temporária que vai acompanhar o Fórum Mundial vai ser presidida pelo senador Jorge Viana (PT-AC), eleito por aclamação. Na opinião dele, água e fome são das questões mais desafiadoras para o país.
— As Nações Unidas estimam que, em 2025, 1,8 bilhão de pessoas estejam vivendo em regiões com grave escassez de água. O meu estado está vivendo um problema. Brasília está vivendo o racionamento. Os números são terríveis. A previsão futura é terrível. Estamos querendo evitar que a temperatura do planeta mude. Por que ela muda? Porque temos uma intervenção humana que desequilibrou, e o veículo desse desequilíbrio é a água. As chuvas ou a falta delas faz com que tenhamos temperaturas diferentes. E é disso que nós estamos falando quando estamos discutindo o Fórum Mundial — afirmou Jorge Viana.
Artur Hugen, com Agência Senado/Fotos: Divulgação
19 de Novembro, 2024 às 23:56