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Turismo é fundamental para desenvolver a economia do Brasil

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Bernardo Cardoso, diretor do Turismo de Portugal no Brasil; Deborah Moraes Zouain, professora de doutorado da Unigranrio; Magda Nassar, presidente da Braztoa e o presidente da Embratur Vinicius Lummertz

O presidente da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), Vinicius Lummertz, afirmou que o turismo pode ter um papel fundamental na retomada do crescimento econômico do Brasil. Para Lummertz, é preciso ter coragem política para colocar o turismo como prioridade: “Teremos eleições esse ano.

Temos que lembrar aos candidatos que o setor deve fazer parte das plataformas de governo. É o turismo que vai fazer girar nossa economia. O País vem se isolando e desenvolver a atividade turística pode romper isso”, declarou no seminário “Turismo e a Internacionalização do Brasil”, promovido pelo jornal Folha de S.Paulo, nesta quinta-feira (15).

O turismo representa uma parte crescente da economia global, chegando a representar 9% do Produto Interno Bruto (PIB) e empregando 1/11 pessoas em âmbito internacional. Dos mais de 1,2 bilhão de turistas que viajam pelo mundo, apenas meio por cento (6,5 milhões) chegam ao Brasil.

“O turismo precisa entrar na pauta de discussão dos governos brasileiros, deve ser defendido como atividade econômica, para gerar mais empregos e produzir riquezas para o Brasil. A Embratur precisa de recursos para investir em promoção internacional. Entre os pontos do PL 2724/2015, estão a transformação do Instituto em um serviço social autônomo (mais independente que a atual autarquia) e a abertura irrestrita do setor aéreo ao capital estrangeiro”, explicou Lummertz.

Com a aprovação do PL, a primeira questão a ser resolvida será a desvinculação do orçamento da União. “Já tivemos, em 2011, US$ 100 milhões para promoção internacional; hoje temos US$ 17 milhões, sendo US$ 10 milhões contingenciados. Sairíamos desse contingenciamento e iríamos para um volume de recursos mais alto e independente”, informou o presidente da Embratur. Os recursos virão de várias fontes, como loterias e taxa de US$ 15 na emissão de passagens para o exterior.

Enquanto países vizinhos gastam cada vez mais em promoção internacional e modernizam as estruturas de seus organismos, o Brasil atua na contramão dessa história. A Argentina investiu no ano passado cerca de US$ 80 milhões, a Colômbia, US$ 100 milhões, e o Peru, US$ 25 milhões. Todos eles apresentam fluxos turísticos internacionais sólidos e crescentes.

O governo da Colômbia anunciou que o país ultrapassou os 6,5 milhões de visitantes internacionais recebidos em 2017.  É o mesmo patamar do Brasil em 2016, ano dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Os dados oficiais das chegadas de 2017 ainda não foram disponibilizados pelo Ministério do Turismo. Os argentinos também estão chegando. O ano de 2017 foi de recorde para o turismo dos “hermanos”. Foram 2,6 milhões de turistas internacionais apenas nos aeroportos, um crescimento de quase 8%, comparado ao ano anterior. A estimativa total é de mais de 6,6 milhões de visitantes na Argentina. Portanto, de uma posição de país líder em turismo na América do Sul, o Brasil pode passar a um terceiro lugar no ranking, ainda este ano. O Peru, outro forte concorrente do Brasil, está chegando na casa dos 4 milhões de turistas estrangeiros, com crescimento de 30% em menos de uma década.

“A burocracia impede a Embratur de se movimentar. Como serviço social autônomo, teremos membros da iniciativa privada no conselho, que vão ajudar na construção da estratégia com viés de mercado. Também é nosso interesse a abertura para o exterior do capital das empresas aéreas”, destacou Lummertz.

Para a área internacional, o movimento do capital das aéreas, uma Embratur forte e o visto eletrônico para EUA, Canadá, Austrália e Japão e, logo mais para a China, serão passos muito concretos. “Mas, para um desenvolvimento sustentável do turismo, temos que melhorar o ambiente de negócios do Brasil, as condições para o investimento no turismo. O programa Brasil + Turismo visa isso, por exemplo”, disse o presidente da Embratur.

No evento, especialistas nacionais e internacionais discutiram, ainda, as principais características da área no país, falando sobre pontos positivos e barreiras ao turismo, além da regulamentação do setor.

O seminário “Turismo e a Internacionalização do Brasil” também contou com a participação de Ana Clévia Lima, gerente de Comércio e Serviços do Sebrae; Bernardo Cardoso, diretor do Turismo de Portugal no Brasil; Deborah Moraes Zouain, professora do curso de mestrado e doutorado em administração da Unigranrio; Francisco Costa Neto, CEO e membro do Conselho do Grupo Rio Quente; Guilherme Amaral, sócio responsável pela área de direito aeronáutico da ASBZ Advogados; Magda Nassar, presidente da Braztoa (Associação Brasileira das Operadoras de Turismo); Marco Ferraz, presidente da Clia Brasil; Mariana Aldrigui, presidente do Conselho de Turismo da Fecomercio-SP; Roberto Fantoni, sócio na McKinsey & Company; Rubens Schwartzmann, presidente do conselho de administração da Abracorp (Associação Brasileira de Agências Corporativas).

Artur Hugen, com Ascom/Embratur/Foto: Embratur/Divulgação