No mesmo dia da realização de um seminário para discutir o papel dos Parlamentos e o direito à água, dentro da programação do 8º Fórum Mundial da Água, o Senado aprovou em Plenário três propostas para assegurar o uso sustentável de água e garantir investimentos em preservação.
Uma delas foi o Projeto de Lei do Senado 770/2015, que garante que o dinheiro oriundo da cobrança pelo uso de recursos hídricos seja destinado a obras para melhorar a quantidade e a qualidade da água dos rios.
A proposta foi apresentada pela Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) como conclusão do relatório sobre a avaliação de políticas públicas sobre o Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, feita pela comissão ao longo do ano de 2015. O texto segue agora para análise da Câmara dos Deputados.
O projeto altera a Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei 9.433/1997). A atual legislação define que os valores arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos devem ser aplicados prioritariamente na bacia hidrográfica em que foram gerados e no financiamento de estudos, programas, projetos e obras. A lei determina ainda que só é permitido usar até 7,5% do total arrecadado em pagamento de despesas de implantação e custeio administrativo dos órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
Não há, entretanto, definição de percentual máximo a ser aplicado em estudos e no planejamento de programas ou de percentual mínimo a ser destinado a obras concretas. O objetivo do projeto é assegurar que ao menos 50% da verba sejam destinados a obras como construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação, demolição, conserto, instalação, montagem, operação, conservação, reparação, adaptação, manutenção, transporte ou locação de bens para preservação das bacias.
Os senadores também aprovaram o PLS 252/2014, que trata de incentivos fiscais para imóveis construídos com medidas para a redução do consumo de água e para maior eficiência energética. O texto determina que a utilização de práticas sustentáveis de construção será incluída como diretriz da política urbana prevista no Estatuto das Cidades (Lei 10.257/2001).
O terceiro projeto aprovado foi o PLC 51/2014, que obriga a instalação de torneiras com dispositivo de vedação automática de água em todos os banheiros destinados ao uso público, tanto em prédios públicos quanto privados. O texto vai à sanção presidencial.
Artur Hugen, com Agência Senado/Foto: Waldemir Barreto
19 de Novembro, 2024 às 23:56