O Estado, referência em defesa agropecuária, comemora mais uma conquista no setor e se torna o primeiro do mundo a ter um projeto de compartimentação da avicultura de corte. O sistema implantado na unidade da Seara Alimentos em Itapiranga é resultado de 11 anos de trabalho do Governo do Estado, Ministério da Agricultura e iniciativa privada.
A compartimentação funciona mapeando e isolando os aviários e frigoríficos, como um sistema fechado, onde as aves circulam apenas por uma determindada área geográfica, dando garantia de sanidade animal e mais segurança alimentar. O certificado reconhecendo o trabalho catarinense foi entregue nesta segunda-feira, 26, em Florianópolis, pelo Ministério da Agricultura.
No sistema de produção fechado da Seara Alimentos de Itapiranga, os ovos, os pintainhos, o abate e os caminhões de ração devem circular dentro de um limite territorial. O frango precisa nascer, se desenvolver e ser abatido dentro de uma unidade geográfica – neste caso, em 28 municípios do Extremo-Oeste catarinense. A intenção é reduzir o risco de introdução de doenças, aumentando o controle de qualidade.
Implantar esse sistema exigiu um trabalho conjunto entre Ministério da Agricultura, Secretaria de Estado da Agricultura e Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc). além da iniciativa privada.
O presidente da Associação Catarinense de Avicultura (ACAV), José Antônio Ribas, observa que o novo modelo produtivo demonstra a busca incessante pela qualidade dos produtos. “A compartimentação blinda o setor contra possíveis doenças e traz uma capacidade de resposta muito mais rápida frente a qualquer evento epidemiológico. Isso mostra a competência do setor produtivo sempre em busca de qualidade e segurança alimentar”, ressalta.
A expectativa é de que a compartimentação traga mais ganho exportação de aves. Representantes de países importadores devem visitar o Estado para reconhecer esse sistema como um diferencial das carnes catarinenses.
De acordo com o secretário da Agricultura e da Pesca, Airton Spies, a biosseguridade é um dos fatores que diferencia Santa Catarina na conquista e ampliação de mercados. “Para termos produção nós temos que ter acesso a mercados competitivos e esses mercados são cada vez mais exigentes quanto à segurança alimentar e à sanidade dos animais. A biossegurança irá nos diferenciar no meio da multidão”, destaca.
O desafio agora é manter a compartimentação no Extremo-Oeste e expandir para outras regiões. O diretor de Relações Institucionais da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ariel Antônio Mendes, afirma que as expectativas são muito grandes já que o Estado será uma referência mundial para o setor de aves. “A competência da defesa agropecuária de Santa Catarina é reconhecida internacionalmente e não é à toa que o Estado vem conquistando os mercados mais competitivos do mundo. Nossa intenção agora é blindar todo o material genético do país”.
A unidade da Seara de Itapiranga tem capacidade de abate de 200 mil aves por dia e exporta para os países mais exigentes do mundo como os da União Europeia, Reino Unido, Rússia, Japão e Arábia Saudita. A compartimentação inclui 21 núcleos de granjas de matrizes, dois incubatórios, a fábrica de rações de São Miguel do Oeste, 283 granjas de frangos de corte e três fábricas de maravalha (cama para animais) de madeira.
Artur Hugen, com Secom/GSC/Fotos: Divulgação / SAR
19 de Novembro, 2024 às 23:56