A estimativa do valor bruto da produção (VBP) deste ano com base em informações de março, indicam valor de R$ 530,1 bilhões, 3,7% abaixo do obtido em 2017. Mas, há tendência de recuperação, pois os dados têm indicado sinais de aumento do valor com o passar dos meses.
Embora tenha havido redução do valor em fevereiro na comparação com o mês anterior, março já apresentou variação positiva sobre fevereiro. Isso pode indicar tendência de recuperação do valor no decorrer do ano, de acordo com José Garcia Gasques, coordenador-geral de Estudos e Análises da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
A direção dos resultados dependerá, explica Gasques, dos preços dos produtos e do milho de segunda safra. As lavouras e a pecuária sofreram redução do VBP, de 3,8% e de 3,5%, respectivamente.
Os melhores resultados são os de algodão, com aumento de 20,9% em relação ao ano passado, cacau, 8,7%, mamona, 68,5%, soja, 3,8%, batata-inglesa, 3,4%, café, 2%, tomate, 32,7% e trigo, 37,3%. Todas essas variações são em termos reais (descontada a inflação).
Outro grupo de produtos tem apresentado redução de valor, entre os quais destacam-se o arroz, cana-de-açúcar, café, milho, laranja, mandioca. Como representam parte expressiva do valor da produção total, têm forçado para baixo o VBP deste ano. Esse efeito foi ampliado pela redução de valor da carne de frango, carne suína, e leite, que também estão tendo pior desempenho.
Destacam-se ainda produtos que têm apresentado recuperação dos preços, entre os quais estão ovos, algodão, batata e tomate.
Dados regionais mostram que o Centro-Oeste lidera as demais regiões na geração de valor da produção, seguida pelo Sul, Sudeste, Nordeste e Norte. Entre os estados, Mato Grosso, Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul são os cinco com os maiores valores da produção neste ano.
Mais uma oportunidade para escoamento de arroz em casca da região Sul será oferecida pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na próxima quinta-feira (19). Esta é a sexta operação de incentivo para que produtores e indústrias do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina repassem seus estoques, por meio de leilões de Prêmio para Escoamento de Produto (PEP) e de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro).
Serão ofertadas 90 mil toneladas para PEP (75 mil do RS e 15 mil de SC) e 17 mil para Pepro (15 mil t do RS e 2 mil t de SC), totalizando 107 mil toneladas. O produto não poderá ser escoado para os estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além do Maranhão, Piauí, Tocantins, Rondônia e Pará.
Para participar do leilão de Pepro, agricultores e cooperativas precisam estar inscritos no Sistema de Cadastro Nacional de Produtores Rurais (Sican). Já no caso do PEP, a compra do produto pela indústria ou comerciantes de cereais deve ser realizada por produtores que também tenham registro no sistema.
No último leilão, realizado no dia 4, foram negociadas 41% das 90 mil toneladas do PEP, o que corresponde a 37 mil t (32,4 mil t do RS e 4,6 mil de SC). Não houve interesse para as 17 mil toneladas ofertadas pelo Pepro, o que indica reação natural de estabilização do mercado.
Nas cinco operações realizadas desde o início do ano, a Conab ofertou 647 mil toneladas de arroz, com negociação de cerca de 346,2 mil toneladas. Os leilões foram autorizados em portaria publicada no Diário Oficial da União de 29 de dezembro e está previsto um valor aproximado de R$ 100 milhões para as operações. O objetivo é garantir a manutenção dos preços mínimos do cereal na região Sul e cumprir a Política de Garantia de Preços Mínimos do governo federal.
Artur Hugen, comCoordenação-geral de Comunicação Social do Mapa/Foto: Divulgação
Confira as tabelas do VBP nacional e regional
19 de Novembro, 2024 às 23:56