Terminou na nesta sexta-feira (13) o prazo para que os partidos comuniquem à Justiça Eleitoral a sua relação de filiados. O prazo para mudanças de legenda antes das eleições terminou na última sexta-feira (6) e pelo menos cinco senadores anunciaram troca nos últimos dias antes do encerramento. A composição das bancadas já registra várias alterações com relação à composição do início da legislatura, em 2015.
— O senador tem liberdade de mudança partidária sem necessidade de janela porque é um cargo majoritário, como os de prefeito, governador e presidente da República. Não existe amarração para mudar de partido. A janela partidária é para resolver a questão da mudança dos cargos proporcionais: deputado federal, deputado estadual ou distrital e vereador — explicou o senador Hélio José (Pros-DF), que, desde o início da legislatura, passou pelo PSD, pelo PMB, pelo PMDB e pelo Pros, ao qual continua filiado.
Entre os motivos para as mudanças, ele citou casos de corrupção, divergências na política local e não cumprimento de compromissos e programas por parte dos partidos.
No início da atual legislatura, em fevereiro de 2015, o PMDB era o partido com mais senadores, 19 no total, de acordo com o Relatório da Presidência do Senado de 2015. Hoje, os dados fornecidos pela Secretaria Geral da Mesa e atualizados com os últimos anúncios de mudança mostram que o partido tem 17 senadores, o que ainda garante a maior bancada. Entre os parlamentares que deixaram o partido está Rose de Freitas (ES) que anunciou sua filiação ao Podemos.
— Quando as pessoas têm algum incômodo, dentro da legenda ou regionalmente, elas acabam se movimentando em outra direção. No meu caso, foi muito a questão regional — disse a senadora, que também citou ingerências do partido nas votações.
O Podemos, partido para o qual migrou a senadora, foi o que mais ganhou parlamentares no Senado. O partido, lançado oficialmente em 2017, já tem cinco senadores, entre eles Alvaro Dias (PR), um dos primeiros filiados. Para ele, a próxima eleição será a mais importante desde a redemocratização e a agremiação simboliza uma ruptura com a corrupção.
— As pessoas que vieram para o Podemos acreditaram no nosso projeto de refundação da República. Apostam no rompimento com o sistema corrupto de governança. Esse é o grande atrativo do nosso projeto: começar do zero, eliminar o toma lá dá cá, rearrumar a economia e devolver a esperança aos brasileiros — declarou.
Também registraram aumento no número de senadores com relação ao início da Legislatura as bancadas do PP, o PRB, o PSD, o PSDB, o PSDC, o PTC, a Rede e o Pros.
O partido que mais perdeu em número de senadores com relação a 2015 foi o PT, que tinha 13 parlamentares e hoje tem nove. O PDT registrou uma perda menor em número, mas maior em relação ao tamanho da bancada, que passou de seis para três senadores, a metade do número inicial.
— A entrada e saída de políticos dos partidos é uma questão natural, faz parte da democracia. Essa liberdade tem que acontecer para que as pessoas possam optar por aquilo que entender sem melhor para o seu estado, o seu município e a população que representam — explicou o líder do PDT, senador Acir Gurgacz (RO), que espera um debate mais profundo sobre temas locais e nacionais nas próximas eleições.
Outros partidos que tiveram diminuição nas bancadas no Senado foram PSB, PSC, PSOL, PTB e DEM. O PCdoB, o PPS e o PR mantiveram o número de senadores de suas bancadas. O senador Reguffe (DF), cujo mandato termina em 2022, é o único senador que não tem partido. Ele deixou o PDT em 2016 e desde então não se filou a outro partido.
Após serem comunicadas à Secretaria Geral da Mesa por ofício, as mudanças de partido dos senadores passam a surtir efeitos nas referências institucionais da Casa. Já anunciaram a troca, mas ainda não haviam comunicado à Mesa até quinta-feira (12) os senadores Rose de Freitas (do PMDB para o Podemos), Raimundo Lira (do PMDB para o PSD) e Pastor Bel (do PRTB para o PSDC). As três mudanças já foram consideradas na tabela.
19 de Novembro, 2024 às 23:56