O deslistamento de frigoríficos exportadores de aves à União Europeia deverá ser respondido pelo Brasil com a abertura de um painel na Organização Mundial do Comércio (OMC), conforme reafirmou o ministro Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento), durante entrevista em Campo Mourão (PR).
O assunto já foi levado na véspera ao presidente da República Michel Temer, informou Maggi. “Informei a forma como somos tratados dentro das cotas de exportação. Nossa reclamação é que a Comunidade Europeia diz que é uma questão de saúde, mas se o Brasil pagar uma tarifa de 1.024 euros por tonelada e mandar tudo como carne in natura, entra sem nenhum problema.
Então não é uma questão de saúde. E é isso que nós vamos reclamar na OMC”, explicou. Pagando a tarifa extra-cota, as exigências sanitárias quanto a salmonellas são reduzidas de 2600 tipos da bactéria para dois.
O painel na OMC, segundo o ministro, servirá para discutir as cotas. “Estamos sendo penalizados. Há uma proteção de mercado que a gente não quer mais aceitar. Vamos brigar pelo espaço conforme o mercado mundial preconiza, que deve ser livre entre os países”. Disse ainda ter a certeza de que “estamos corretos nesse pleito e que a Comunidade Europeia está errada. Podemos reparar isso e receber um tratamento conforme o Brasil precisa”.
O impacto da decisão da UE deve ser grande e terá que ser substituído , afirmou. Mas, Maggi lembrou que os estabelecimentos afetados vendem também para o mercado interno, mercados da Ásia, no México, em vários lugares do mundo.
Paralelamente à iniciativa junto à OMC, caberá um processo de entendimento com o objetivo de restabelecer a exportação das plantas frigoríficas deslistadas sob a alegação de presença de salmonella. Aí se incluem a vinda de missões ao Brasil e visita aos frigoríficos.
Quando houve alerta sobre a presença da bactéria, o próprio Mapa suspendeu a certificação. Depois de auditar os estabelecimentos envolvidos e concluir pela regularidade, o ministro viajou a Bruxelas, onde reuniu-se com o comissário para a Agricultura e Desenvolvimento Rural da Comissão Europeia, Phil Hogan, para defender o produto brasileiro. Na ocasião, soube antecipadamente da decisão que seria oficializada nesta semana.
Brasil amplia exportações de carne para a China, Indonésia e Coréia do Sul
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, anunciou nesta no início da semana, a abertura de novos mercados às carnes brasileiras. Informou que estão em fase final as negociações para início das exportações de carne bovina para a Indonésia.
Missão técnica da Indonésia chegou nesta segunda-feira (16) ao Brasil e vai ficar no país até a sexta-feira (20), visitando frigoríficos em diversos Estados. Posteriormente, serão definidos os detalhes para a elaboração do Certificado Sanitário Internacional (CSI) que viabiliza os embarques do produto.
A Coréia do Sul será outro novo mercado que se abrirá para o Brasil. Os coreanos irão importar a carne suína brasileira, fornecida pelo estado de Santa Catarina, por ser área livre da febre aftosa sem vacinação. As tratativas serão concluídas nos próximos dias.
“Além disto está sendo acertada para maio, possivelmente nas primeiras semanas do mês, a vinda da “tão esperada missão da China, para ampliação do número de plantas frigoríficas autorizadas à embarcarem todos os tipos de carnes (bovina, suína e de aves) aquele país”, adiantou Maggi.
O ministro explicou ainda que está em fase final a reabertura do mercado da Rússia à carne suína brasileira. O ministro já enviou carta às autoridades sanitárias russas informando as medidas adotadas pelo Brasil para viabilizar a volta dos embarques aquele mercado. As exportações à Rússia foram suspensas em dezembro de 2017, sob a alegação de presença de ractopamina em cortes suínos. Está prevista para o próximo dia 24 de abril, reunião entre autoridades sanitárias do Brasil e da Rússia para os acertos finais à retomada do comércio.
Artur Hugen, com Janete Lima/ Coordenação-geral de Comunicação Social do Mapa/Foto: Divulgação
19 de Novembro, 2024 às 23:56