Caminhoneiros bloquearam rodovias em todo o país em protesto contra a política de preços dos combustíveis, especialmente em relação ao diesel, que, neste ano, já teve aumento de 8%, desde segunda-feira e prossegue na maioria dos estados.
A senadora Ana Amélia (Progressistas-RS), ao lembrar que, no mesmo período, a inflação foi de 1%, cobrou do governo uma solução para o problema que afeta toda a economia e o orçamento dos cidadãos.
Dados sobre a composição do preço dos combustíveis revelam que os valores referentes ao ICMS, Cide, PIS/PASEP e Cofins representam 45% do preço cobrado pela gasolina. Quanto ao diesel, tais impostos correspondem a 29%, afirmou Ana Amélia.
— O problema maior, é claro, é o diesel, porque é o combustível usado não só para os caminhões, mas é usado também por máquinas e implementos agrícolas, o que agrava a situação com um custo adicional para os produtores rurais brasileiros. Desde julho de 2017, o preço da gasolina comercializado nas refinarias acumula uma alta de 58,76% e o diesel, uma valorização de 59,32%, segundo informações da própria Petrobras – disse a senadora.
A senadora falou sobre relatos que ouviu no final de semana, durante sua passagem por municípios da Serra e do Nordeste do Rio Grande do Sul, onde motoristas manifestaram sua preocupação com a situação.
— Em Bento Gonçalves ouvi de um empresário que os caminhões estão parados devido ao alto custo do combustível. Toda a Serra é um polo moveleiro extraordinário e também um polo metalmecânico de grande relevância. Imagine com esse preço de combustível como vai ficar a situação do encarecimento, inclusive com reflexos sobre a inflação – acrescentou.
Reunião no Congresso
Os presidentes do Senado, Eunício Oliveira, e da Câmara, Rodrigo Maia, anunciaram nesta segunda-feira (21) que vão reunir deputados, senadores, autoridades e especialistas do setor para um debate sobre o tema no dia 30 de maio.
Trata-se de uma Comissão Geral, prevista no artigo 91 do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, que permite a interrupção dos trabalhos ordinários da sessão plenária para debater assunto considerado relevante, discutir projeto de lei de iniciativa popular ou receber algum ministro de Estado.
Artur Hugen, com AI/Gabinete: Foto: AS/Divulgação
Eunício e Maia buscam soluções para reduzir preço dos combustíveis
O presidente do Senado, Eunício Oliveira, se reuniu com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, para tratar de medidas para reduzir o preço do diesel e da gasolina. Maia estava acompanhado do líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e do líder do governo no Congresso Nacional, André Moura (PSC-BA).
De acordo com Rodrigo Maia, entre as propostas definidas para auxiliar na redução do preço dos combustíveis está a aprovação do Projeto de Lei (PL) 8456/2017, que tramita na Câmara dos Deputados e trata da reoneração previdenciária. O texto teve pedido de urgência aprovada em março deste ano.
Artur Hugen, com a Assessoria de Imprensa da Presidência do Senado
Ministros da Fazenda e de Minas e Energia falarão na CAE sobre preço dos combustíveis
Os ministros da Fazenda, Eduardo Guardia, e de Minas e Energia, Moreira Franco, serão convidados para uma audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Os representantes do governo deverão dar explicações sobre a atual política de reajuste de combustíveis adotada pelo governo federal.
O requerimento para a reunião é dos senadores Jorge Viana (PT-AC) e Vanessa Grazziotin (PCdob-AM), que criticaram os constantes reajustes da gasolina, óleo diesel e gás de cozinha.
- Estamos dando de alguma maneira uma reposta ao país. É a vida do brasileiro em jogo. A paralisação dos caminhões afeta a economia brutalmente. Esta comissão é um espaço adequado para um debate com nível elevado. O que está ocorrendo em relação à Petrobras e à Eletrobras é muito serio. A produção de petróleo aumenta, o preço cresce e a Petrobras desconta no bolso de quem pode menos essa ilógica dos preços - reclamou Jorge Viana.
Segundo ele, em Santa Rosa do Purus, na Acre, perto da fronteira com o Peru, o botijão de gás está custando até R$ 250 e o litro da gasolina bateu R$ 10, obrigando as pessoas a retornarem aos fogões de lenha e a encostarem seus barcos.
O presidente da CAE, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), lembrou que o ministro da Fazenda já tem agendada uma audiência na comissão no próximo dia 6 de junho, data em que poderia ser realizada a reunião juntamente com o ministro de Minas e Energia.
Artur Hugen, com Agência Senado/Fotos: Roque de Sá/Jonas Pereira/AS/Divulgação
19 de Novembro, 2024 às 23:56