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GREVE – Caminhoneiros de São Joaquim enfrentam frio de -3ºC na gélida Serra Catarinense

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Ao relento no portal da chegada de São Joaquim no meio do asfalto, a uma temperatura ambiente de -3ºC, com a cruel e histórica sensação térmica beirando entre -10ºC a -15ºC

Um grupo de caminhoneiros de São Joaquim, o maior produtor de maçãs do Brasil, aderiu a greve geral dos Caminhoneiros de todo o país, no início da semana.

São Joaquim foi a segunda cidade da Serra Catarinense a participar do movimento. A paralisação foi realizada na SC – 114 em frente ao Posto Portal.

Dezenas de caminhões ocuparam o pátio do posto, cada caminhoneiro que passava pelo local mesmo não sendo da cidade fazia questão de ficar junto ao grupo, e protestar contra os aumentos do combustível - somente na última semana foram três reajustes, alerta um dos presentes.

“Estamos mobilizados contra o aumento do combustível. Assim, não dá mais para trabalhar; estamos paralisando para ver se o governo faz algo de bom para os caminhoneiros. Que fortaleça a classe que está se arrastando, lá em baixo; saímos para nossas viagens e o lucro que poderia alcançar fica tudo em pedágios e óleo; não sobra nada para nosso sustento; estamos pagando para trabalhar e isso não é possível de se aceitar pacificamente”, disse, Adriano da Silva.

Para Volnei Donizete, proprietário do Posto de Combustível, onde houve a maior concentração de caminhões, “a manifestação é justa. O Brasil é um país imenso, que vive em torno dos pneus dos caminhões, e do suor dos caminhoneiros, enquanto o Governo Federal, mostra a injustiça desta política de valores proposta pela Petrobras”. O caminhoneiro está tirando dinheiro do próprio bolso para trabalhar e manter seu veículo. A hora que faltar comida para a população eles vão dar o verdadeiro valor aos caminhoneiros”, conclui, Donizete.

Artur Hugen, com Folha da Cidade/Fotos: Mychell Hudyson

Caminhoneiros de São Joaquim enfrentam frio de -3ºC na gélida Serra Catarinense

Imagine quanto pode ser duro ficar ao relento no portal da chegada de São Joaquim no meio do asfalto, a uma temperatura ambiente de -3ºC, com a cruel e histórica sensação térmica beirando entre -10ºC a -15ºC.

Foi isso mesmo o que fizeram os bravos caminhoneiros de São Joaquim aderindo ao movimento grevista que atinge caminhoneiros de todo o Brasil.

Mas em São Joaquim, foi diferente: a temperatura da ‘cidade da neve’ não daria trégua e os caminhoneiros jamais retrocederiam.

Os Caminhoneiros decidiram passar a noite na rodovia SC-114, mesmo com as condições climáticas desfavoráveis. Eles montaram um acampamento e pediam aos caminhoneiros para que se juntassem ao maior protesto dos caminheiros da história de São Joaquim.

Para o Caminhoneiro Juliano Haskel, está é uma forma de mostrar ao Brasil a importância do setor

“Estamos aderindo a greve, ela é muito importante, principalmente para mostrar ao Brasil a importância do setor; fui caminhoneiro por mais de 30 anos e, esta é,  a primeira vez que vejo uma paralisação tão consistente, tão unida como está sendo hoje. Esperamos agora que os agricultores, venham com seus tratores e caminhões para nos ajudar, porque essa luta não é somente para os caminhoneiros, mas para toda a população Brasileira”, afirmou Juliano Hasckel

Já para Adriano Silva a ideia de passar a noite mesmo num frio quase que insuportável é pura demonstração de que os caminhoneiros estão firmes e não vão desistir de seus propósitos:

-A Ideia é de passar de passar a noite, que é muito fria, mas estamos aqui unindo forças e quero também pedir ao pessoal de São Joaquim, os produtores que colaborarem com a gente, vir nos ajudar neste protesto. Montamos uma lona, fizemos uma fogueira e o pessoal está doando mantimentos para gente, como refrigerantes, pão, carne…

Pedimos o apoio dos joaquinenses para que eles saiam de suas casas e se juntem aos caminhoneiros aqui, pois não é só nós que precisamos, eles também estão precisando: é a gasolina cara, o álcool caro é o diesel não dá mais para suportar. Os agricultores também não estão aguentando mais. Então vamos contar com a colaboração para esta luta; para que possamos mudar o Brasil, pois desse jeito que está não vai dá mais, conclui o caminhoneiro Adriano Silva.

Artur Hugen, com São Joaquim Online/Fotos: Mychell Hudyson