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Paulo Paim acusa governo de enfraquecer Petrobras visando sua privatização

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Para o senador, a greve dos caminhoneiros demonstrou mais uma vez que o país está sem governo e evidenciou o equívoco com a aprovação da Emenda Constitucional 95, que limita por 20 anos os gastos públicos

O senador Paulo Paim (PT-RS) considera muito difícil explicar para a sociedade porque o combustível é tão caro no Brasil. Em pronunciamento da Tribuna, se valeu de um esclarecimento vindo do professor Assis, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Segundo Paim, o professor explicou as diferenças entre os valores de custo e preço praticados pela Petrobras. De acordo com Assis, o custo médio para a estatal produzir um litro de óleo diesel é de R$ 0,93. No entanto, por pressão do governo federal, o mesmo litro é vendido a R$ 2,33.

Além disso, os preços dos combustíveis sofrem com uma considerável carga tributária e há ainda outros valores, como os de transporte e de comercialização nos postos. Dessa maneira, o consumidor paga muito caro se considerado o custo de produção.

O senador acrescentou que a política de preços de combustíveis do governo de Michel Temer visa enfraquecer a Petrobras de maneira a facilitar a privatização da empresa. E lembrou que a margem de lucro da empresa entre a produção e a venda do diesel é de 150%.

- Essa margem extorsiva é uma imposição do governo que pretende elevar os preços praticados no mercado nacional independente de seus custos reais a um patamar que inviabilize a Petrobras diante de seus concorrentes - reiterou.

Paim fala de cortes em programas sociais e diz que governo não tem projeto de nação

Ainda, em pronunciamento na última semana, o senador Paulo Paim (PT-RS) disse lamentar que o governo tenha optado por cortar investimentos em saúde, educação e programas sociais para bancar o desconto de R$ 0,46 no preço do diesel, uma das reivindicações dos caminhoneiros que paralisaram o país por vários dias.

Para o senador, a greve dos caminhoneiros demonstrou mais uma vez que o país está sem governo e evidenciou o equívoco com a aprovação da Emenda Constitucional 95, que limita por 20 anos os gastospúblicos.

- Quando outras alternativas viáveis poderiam ser apresentadas, nenhuma delas ele teve coragem de apresentar, até porque apresentou aquela tal de PEC 95, congelando todos os investimentos – criticou.

Para Paulo Paim, está mais que comprovado que o impeachment da presidente Dilma Rousseff foi um equívoco como solução para a crise.

—  Insisti muito. Dizia que a história iria mostrar o equívoco de olharem como única saída o afastamento da presidente Dilma – e nós fomos aqui totalmente contra – e apontávamos que era muito melhor irmos para as eleições gerais. Encaminhamos, inclusive, se não me engano, com 36 ou 37 assinaturas aquela PEC, propondo a antecipação das eleições, porque não há projeto nenhum de nação neste governo – disse o senador.

Artur Hugen, com Agência Senado/Foto: Jefferson/Rudy/AS