O Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplás) está trazendo o que há de mais avançado no futuro das matérias-primas industriais para o conhecimento do público local.
Só que a ideia da reunião promovida pela entidade nesta segunda-feira (11), a partir das 19h30, na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC), é ir um pouco além de simplesmente falar sobre o grafeno.
Também tem que envolver sustentabilidade. E uma solução inovadora para o mercado do plástico. Daí a escalação como palestrante do Coordenador do Programa de Pós-graduação em Engenharia de Materiais e Nanotecnologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Mauro Cesar Terence.
Entre os projetos de pesquisa orientados pelo Ph.D, está o desenvolvimento de um polímero – um nanocompósito, na verdade – constituído por óxido de grafeno e embalagens recicladas, para aplicação em impressão 3D.
A novidade foi conhecida por emissários do Simplás em duas missões técnicas, novembro de 2017 e abril deste ano, ao Centro de Pesquisas Avançadas em Grafeno, Nanomateriais e Nanotecnologias da Universidade Presbiteriana Mackenzie, o MackGraphe, em São Paulo (SP).
Se tornada comercialmente viável, a inovação pode representar destinação adequada para toneladas de sacos de salgadinhos, doces e outras guloseimas consumidos aos milhões, diariamente, em todo o planeta. E, simultaneamente, alimentar um dos mais revolucionários segmentos da indústria de material plástico para as próximas décadas.
A Reunião-Jantar do Simplás tem vagas limitadas. Reservas e mais informações estão disponíveis pelo e-mail vanessa@simplas.com.br ou telefone (54) 3013.8484. O sindicato sugere aos participantes a doação de R$ 10 ou 1kg de alimento não-perecível.
Material cotado em US$ 300 por grama
O grafeno, que inicialmente podia ser obtido apenas por meio de extração, mas atualmente já se encontra em estágio de pesquisa para síntese em laboratório, possui condutividade térmica mais de 10 vezes superior a do cobre e é o melhor condutor elétrico conhecido pela ciência. Como absorve apenas 2% da luz, é quase invisível a olho nu. Em um metro quadrado, concentra massa de apenas 0,77 miligramas. No mercado atual, 1g de grafeno tem valor estimado de US$ 300.
As possibilidades de aplicações só crescem no setor. Existe a perspectiva de que, em breve, toda a carroceria de um automóvel, que hoje é fabricada em aço, possa ter estrutura de plástico aditivado com grafeno. A substância é mais de 200 vezes mais resistente do que o aço, porém, flexível.
Artur Hugen, com Gabriel Izidoro/Fotos: Zeca Martins
19 de Novembro, 2024 às 23:56