As exportações brasileiras de produtos do agronegócio atingiram US$ 9,97 bilhões em maio, 3% acima do valor registrado em igual mês do ano passado. O aumento é atribuído à elevação de 1,3% no índice de preço e de 2% na quantidade. Para meses de maio, foi o terceiro maior valor da série histórica iniciada em 1997, situando-se abaixo apenas de 2012 e 2013.
O montante representa 51,8% das exportações totais brasileiras, superando o percentual de maio do ano passado, de 48,9%. A sazonalidade do escoamento da soja, cujo auge normalmente é atingido nesse período, explica o elevado montante registrado na exportação do mês.
As importações caíram 16,5%, recuando de US$ 1,30 bilhão para US$ 1,08 bilhão em maio deste ano. Como consequência, o superavit passou de US$ 8,38 bilhões para US$ 8,88 bilhões, o segundo maior saldo da série histórica, para meses de maio, muito próximo do registrado em 2012, de US$ 8,92 bilhões.
Alta de 22,9%
Em maio se concentram os embarques de soja com as exportações atingindo US$ 5,81 bilhões, superando em 22,9% o valor contabilizado em igual mês do ano anterior e representando 58,2% de toda a exportação agrícola.
As vendas de soja em grão tiveram aumento de 23%, alcançando US$ 5 bilhões e equivalendo ao embarque de 12,35 milhões de toneladas. O desempenho dessas vendas foi explicado pelos acréscimos de 12,7% no volume exportado e de 9,1% no preço médio. As exportações de farelo somaram US$ 709,96 milhões, com acréscimo de 24,9% (+1,4% em quantidade e +23,2% no preço médio), e as de óleo, US$ 96,91 milhões, com aumento de 7,9% (+8,0% em quantidade e -0,1% no preço médio).
As exportações de produtos florestais, segundo setor da pauta em maio, atingiram US$ 1,11 bilhão, superando em 14,2% o valor de igual mês do ano anterior. A celulose foi o grande destaque, cujas vendas chegaram a US$ 727,81 milhões (1,28 milhão de toneladas), significando aumento de 37,9% (+7,8% em volume e +27,9% no preço médio). Essas exportações vêm registrando sucessivos recordes repetidos nesse em valor e quantidade.
As exportações de madeira e suas obras recuaram 12% (+1,9% em quantidade e -13,6% no preço médio), caindo de US$ 278,31 milhões para US$ 244,94 milhões. Também caíram as vendas de papel, com decréscimo de 17,1% (-26,8% em quantidade e +13,2% no preço médio), reduzindo de US$ 166,40 milhões para US$ 137,92 milhões no período em análise.
Na terceira posição da pauta, as exportações de carnes caíram 9,6% de US$ 1,22 bilhão para US$ 1,11 bilhão. A maior redução ocorreu nas vendas de carne frango (-US$ 77,28 milhões), motivada principalmente pela retração nos mercados da África e Oriente Médio. As vendas de carne suína recuaram em US$ 30,72 milhões, impactadas pelo embargo russo, e as de peru, em US$ 5,11 milhões. As exportações de carne bovina também recuaram (-US$ 2,46 milhões). A interrupção das vendas à Rússia foi compensada principalmente pelo acréscimo das exportações à China (+US$ 49,86 milhões) e ao Chile (+US$ 10,53 milhões).
O complexo sucroalcooleiro registrou queda de 36,4%, posicionando-se na quarta posição da pauta. Desde abril do ano passado o açúcar em bruto registra quedas no preço médio de exportação, o mesmo acontecendo com o açúcar refinado.
O café, com queda de 42,3%, manteve-se como quinto principal setor na pauta. As vendas de café verde caíram 44,5% (-38,4% em quantidade e -9,9% no preço médio), passando de US$ 386,25 milhões para US$ 214,49 milhões. Segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), a queda em maio teve influência da menor oferta em face do período de entressafra e de baixos estoques, agravada pela paralisação dos caminhoneiros que atrasou parte dos embarques.
Registraram-se recordes de exportações , além de soja em grão e celulose: suco de laranja (recorde em quantidade), arroz (em quantidade), bovinos vivos (em valor), mangas (em quantidade), castanha do pará (em valor) e melões (em valor e quantidade).
Nas importações, a pauta foi liderada por cereais, farinhas e preparações, cujas aquisições. Compõem o grupo, o trigo (- 10,8%, atingindo US$ 83,51 milhões), o malte (-27,1%; US$ 27,86 milhões), o arroz (-53,9%; US$ 13,83 milhões) e a farinha de trigo (+0,4%; US$ 10,66 milhões). O segundo setor foi o de produtos florestais (-8,2%; US$ 122,19 milhões), oleaginosos (+31,9%; US$ 98,70 milhões), pescados (-19,0%; US$ 85,29 milhões) e lácteos (-27,6%; US$ 43,98 milhões).
Participação de 59,4% da Ásia
A Ásia esteve na liderança entre os destinos das exportações que alcançaram US$ 5,92 bilhões, representando 59,4% do total. Em relação a maio do ano passado houve aumento de 14,9%, devido às vendas de soja em grão e em farelo.
O segundo principal destino foi a União Europeia, ainda que as vendas ao bloco tenham recuado 14,9%, passando de US$ 1,69 bilhão em maio do ano passado para US$ 1,44 bilhão. Houve quedas nas vendas de café (-US$ 106,61 milhões) e de soja a grão (-US$ 104,47 milhões).
Ao Nafta, terceiro destino das exportações, as vendas somaram US$ 691,08 milhões, 1,3% abaixo de maio de 2017. A pauta contemplou principalmente celulose, madeira, suco de laranja, café, soja, açúcar, álcool, couros e peles, carnes bovina e de frango e papel.
Com recuo de 18,0% nas exportações ao Oriente Médio, quarto principal destino das exportações, a participação desse destino caiu de 7,1% em maio do ano passado para 5,7%. À exceção da soja em grão, que registrou aumento de 135,8% (+US$ 93,70 milhões), os demais itens entre os principais da pauta tiveram decréscimos: açúcar, milho, carne de frango, farelo de soja e carne bovina.
Cresceram as vendas para países da Europa Ocidental (+122,7%), principalmente, aTurquia. O aumento das exportações ao país explica-se, sobretudo, pelos acréscimos em soja em grão (+US$ 99,20 milhões), bovinos vivos (+US$ 41,50 milhões) e farelo de soja (+US$ 22,49 milhões).
Alta de 3,8% desde janeiro
As exportações do agronegócio somam US$ 40,32 bilhões entre janeiro e maio, 3,8% acima dos US$ 38,86 bilhões exportados entre janeiro e maio do ano anterior. O crescimento das vendas externas ocorreu em função do crescimento das quantidades exportadas ( 4,1%), enquanto o índice de preço das exportações diminuiu 0,4 no período em análise.
As exportações do agronegócio representam no período 43,1% do total das exportações brasileiras, 1,1 ponto percentual inferior aos 44,2% de igual período em 2017.
As importações de produtos do agronegócio diminuíram de US$ 6,14 bilhões. O crescimento das exportações e a redução das importações aumentou o saldo superavitário dos produtos do agronegócio, que passou de US$ 32,72 bilhões para US$ 34,33 bilhões.
Em 12 meses, crescimento de 11,9%
Entre junho do ano passado e maio deste ano, as exportações do agronegócio brasileiro alcançaram US$ 97,47 bilhões, em alta de 11,9% em relação aos US$ 87,10 bilhões dos 12 meses anteriores. Com isso, o agronegócio participou com 43,6% do total das exportações do país, mantendo a mesma posição de igual período apurado em 2017. As importações caíram 5,2% e totalizaram US$ 14,01 bilhões, resultando em saldo positivo deUS$ 83,47 bilhões (+15,4%).
Nas importações de produtos do agronegócio, o volume é de US$ 14,01 bilhões em 12 meses, sobressaindo trigo (US$ 1,18 bilhão e -14,8%); papel (US$ 896,64 milhões e +17,0%); álcool etílico (US$ 842,32 milhões e +2,2%); vestuário e outros produtos têxteis de algodão (US$ 600,44 milhões e +33,4%); salmão (US$ 490,57 milhões e -4,6%); azeite de oliva (US$ 423,10 milhões e +38,5%); malte (US$ 420,46 milhões e -11,8%); borracha natural (US$ 399,38 milhões e +7,4%); vinho (US$ 391,44 milhões e +29,0%); e óleo de dendê ou de palma (US$ 378,25 milhões e -8,1%).
A Ásia segue no posto de principal destino dos produtos com US$ 45,19 bilhões (+ 16,1% em comparação com 12 meses anteriores) A região concentra 46,4% do total). O segundo principal bloco, a União Europeia, apresentou alta de 7,8%, alcançando US$ 17,54 bilhões.
A contratação do crédito rural por médios e grandes produtores rurais atingiu R$ 131,6 bilhões, em onze meses, de julho do ano passado a maio deste ano. O montante equivale aproximadamente ao total do volume contratado em toda a safra 2016/17.
Os dados constam do Relatório de Financiamento Agropecuário de liberação de recursos da atual safra, divulgado pela Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
A finalidade de custeio é a de maior destaque. Alcançou, no período, R$ 72,2 bilhões (aumento de 2% no valor das contratações), com aumento do valor médio das operações de custeio, ou seja, operações com valores maiores.
As finalidades de industrialização e de comercialização tiveram incrementos percentuais semelhantes, na faixa de 35%. O investimento também apresentou variação positiva de 28,6% em relação ao mesmo período da safra passada, sendo a segunda finalidade a demandar maior volume de recursos, com R$ 27,2 bilhões.
As operações de investimento representaram 20,6% das contratações do período, sendo que os programas de investimento específicos participaram com mais da metade do total (55,5%) e tiveram desempenho superior em 15,1% comparativamente à safra passada.
Os programas específicos de investimento, como o Moderfrota (Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras), o Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural) e o ABC (Programa para Redução da Emissão de Gases de Efeito Estufa na Agricultura) foram os mais demandados pelos médios e grandes produtores rurais. Enquanto o Pronamp e o ABC tiveram crescimento em torno de 50%, o Moderfrota teve variação positiva de 5,3%, em relação à safra 2016/17.
Os programas Moderagro (Programa de Modernização da Agricultura e Conservação de Recursos Naturais) e Pronamp estão com a aplicação dos seus recursos próxima dos limites programados, com 96,8% e 92,7%, respectivamente.
Da mesma forma, o PCA (Programa para Construção e Ampliação de Armazéns) e o Prodecoop (Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária), apresentam desempenho 113,3% e 98,6% superior à safra passada.
As fontes de recursos como Recursos Obrigatórios, Poupança Rural Controlada, LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) com Taxa Favorecida, Poupança Rural Livre e Fundos Constitucionais participam, sequencialmente, com 30,0%; 26,5%; 8,1%, 8,1% e 7,2% do volume total de financiamentos.
Em relação ao mesmo período da safra passada, 73,1% das contratações do crédito rural foram provenientes de fontes controladas (taxas de juros favorecidas) e 26,9% de fontes não controladas (taxas de juros de mercado).
A atividade agrícola continua com a maior contratação do crédito e obteve desempenho 15,1% superior à safra 2016/17, com R$ 91,7 bilhões. A atividade pecuária representa 30% do valor contratado e registra aumento de 9,7%.
Conab estima colheita de 230 milhões de toneladas de grãos
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou nesta semana, nova estimativa da colheita de grãos de 2017/2018, que deverá ser a segunda maior da história, depois do recorde do ano passado, situando-se em 229,7 milhões de toneladas. A área plantada se destaca na série histórica, com total de 61,6 milhões de hectares.
Apesar da redução de 3,4% em comparação à safra passada de 237,7 milhões de toneladas, a previsão de resultado está acima da média de produção, levando em conta um período de condições atmosféricas normais. Com referência ao levantamento divulgado em maio, a estimativa mostra diminuição de 2,9 milhões de toneladas. Fato atribuído a impactos climáticos no milho segunda safra. Mas se destaca a produtividade alcançada pela soja e pelo milho primeira safra, cuja colheita está perto do fim.
"No caso do milho, nós estamos relativamente confortáveis, porque temos um estoque elevado. Mesmo com essa queda de 12 milhões de toneladas, prevista por enquanto, o estoque nos garante tranquilidade do ponto de vista do suprimento. Com os outros produtos estamos, também, bem posicionados", avaliou o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wilson Vaz de Araujo, durante a divulgação do levantamento da Conab.
No pico de volume, estão o milho total e a soja, cujo avanço na colheita vem confirmando produtividade de 3.359 kg/ha, próxima do recorde anterior de 3.364 kg/ha. A leguminosa chega a 118 milhões de toneladas e o cereal a 85 milhões de toneladas. O milho segunda safra responde por 70% do total, com 58,2 milhões de toneladas, e, a primeira safra, por 26,8 milhões de toneladas.
Na ordem de aumento da produção, vem o algodão em pluma, com volume de 1,9 milhão de toneladas, 28,1% a mais que na safra anterior. O feijão segunda safra também mostra bom desempenho, com aumento de 10,9% e colheita de 1,3 milhão de toneladas.
Área plantada
A estimativa é de que seja a safra de maior área cultivada no país, com 61,6 milhões de hectares. O aumento é de 1,1% ou de 693,2 mil ha em relação à safra passada. A área destinada ao feijão e às culturas de inverno respondem por esta pontuação. Na ordem crescente de ganho da área plantada, vem a soja, que sai de 33,9 para 35,1 milhões de ha e ganho absoluto de 1,2 milhão de hectares, o maior entre todas as culturas. Na sequência, vem o algodão que alcançou 1,2 milhão de ha, com acréscimo de 236,9 mil ha, e o feijão segunda safra, com 1,5 milhão de ha, graças ao aumento de 121,5 mil ha.
Artur Hugen, com Coordenação-geral de Comunicação Social do Mapa/Fotos: Divulgação
19 de Novembro, 2024 às 23:56