Em 1908, o navio Kasato Maru desembarcou no porto de Santos (SP) trazendo a primeira leva de pouco mais de 700 imigrantes japoneses ao Brasil. Hoje, o país abriga a maior comunidade de descendentes nipônicos do mundo, com 1,5 milhão de pessoas. Os 110 anos da chegada dos pioneiros asiáticos foram celebrados nesta segunda-feira (27) em uma sessão especial no Plenário do Senado.
A convite do senador Hélio José (Pros-DF), representantes da comunidade japonesa no país participaram da homenagem e defenderam a integração e o estreitamento ainda maior dos laços entre os dois países, notadamente no esporte, na cultura, na economia, na ciência e na tecnologia.
— Não fosse a vinda dos japoneses, o Brasil seria hoje menos plural e menos rico. Seria menos Brasil porque nada nos define melhor que a nossa diversidade. Eles nos ensinaram mais do que aprenderam, com certeza. A homenagem do Senado aos imigrantes se estende a todo o povo do país — afirmou o senador.
O embaixador do Brasil no Japão, Eduardo Paes Saboia, ressaltou a relação entre as duas nações, as quais, segundo ele, "partilham de sólidos valores políticos, econômicos e humanos".
— Partilhamos valores comuns, como apreço pela paz, pela democracia e preocupação com o meio ambiente, além de horror a armas nucelares — destacou.
O deputado Vitor Lippi (PSDB-SP), integrante do Grupo de Amizade Brasil-Japão, salientou que o país é a terceira maior potência econômica do mundo, atrás de Estados Unidos e China. Tem um povo determinado, que o levou a ser referência mundial no sistema de produção, na gestão empresarial e na inovação, tanto que abriga 40 das 100 empresas mais inovadoras do mundo.
Segundo o deputado, o Brasil, por ter a maior colônia japonesa, se beneficia disso e colhe frutos:
— O cerrado brasileiro passou a ser uma das áreas mais produtivas da agroindústria no país graças a eles — afirmou.
A homenagem foi aberta com uma reportagem especial da Rádio Senado feita por ocasião do centenário da imigração. Após a reunião, os convidados participaram da abertura de uma exposição de registros históricos da imigração japonesa promovida pela Biblioteca e Secretaria de Arquivo da Casa. A exposição está no Espaço Cultural Ivandro Cunha Lima e ficará aberta ao público até 31 de agosto.
Também participaram da sessão o representante da embaixada do Japão, Osamu Yamanaka; o representante da Agência de Cooperação Internacional do Japão no Brasil, Akio Saito; o presidente das Associações Nipo-Brasileiras do Centro-Oeste, Hermínio Suguino; a assessora do secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, Cecília Ishitani; o monge budista Ademar Kyotoshi Sato; e o presidente da Associação Nikei do Brasil, Waldemar Hiroshi Umeda.
Artur Hugen, com Agência Senado/Fotos: Pedro França/Geraldo Magela/AS
19 de Novembro, 2024 às 23:56