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A Serra do Rio do Rastro que o Globo Repórter não mostrou

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Com certeza, infelizmente, o roteiro veio de fora, pois, de outra forma, não se teria esquecido de enfatizar a Serra do Rio do Rastro

A Rede Globo veio anunciando por dias o programa Globo Repórter Especial da Serra Catarinense. O Jornalista Ricardo Von Dorff foi o responsável pela apresentação Jornalística do Globo Repórter, no dia 24/08/18. Mas, com certeza, infelizmente, o roteiro veio de fora, pois, de outra forma, não se teria esquecido de enfatizar a Serra do Rio do Rastro.

A expectativa foi grande, o povo serrano esperou e confiou que seria um Globo Repórter mostrando a Serra do Rio do Rastro, a Serra do Corvo Branco, as muitas cachoeiras, enfim, as grandes belezas as quais somente o Serrano conhece como a palma da mão.

Para os Serranos Catarinenses, este Globo Repórter foi uma grande decepção, os editores dos Jornais locais de São Joaquim e Lages foram unânimes em afirmar isso. Para o restante do Brasil e para quem não conhece a Serra, bem como suas belezas, não sabe o que perdeu, não tem ideia do que a Rede Globo deixou de mostrar, mas ninguém engana o Serrano, o Catarinense.

Quem um dia visitou a Serra do Rio do Rastro, entre Bom Jardim da Serra e Lauro Müller, sabe que a referida Serra leva a uma das cidades mais conhecidas da serra catarinense, São Joaquim, que por conseguinte, é a terra natal desta Jornalista.

O Globo Repórter também não mostrou a Cachoeira do Avencal, em Urubicí, uma imensa e bela cachoeira que está localizada no Morro do Avencal, em uma propriedade particular, onde foi criado o Parque do Avencal. Além de outra bela cascata, Véu de Noiva, que fica na estrada do Morro da Igreja, fazendo parte do Parque Nacional de São Joaquim. Além disso, a Cachoeira Rio dos Bugres, que também abriga uma caverna há 23 km de Urubici, sequer foi mencionada; também não mostrou a centenária Igreja de São Joaquim, toda de pedra e sua bela praça, tampouco mostrou a Serra do Corvo Branco, situada entre Urubici e Grão Pará.

A cidade de São Joaquim, conhecida também como a “terra da maçã”, além de produzir vários tipos de maçã, fabrica uma bebida à base da fruta. Isso sem falar das plantações de uva e das fazendas de gado; entretanto, o que foi demonstrado, apenas locais isolados e sem as formosuras da Serra. A neve e a geada, também ficou esquecida. Na Serra Catarinense, a estação do verão é agradável; mas o inverno é predominantemente frio. A neve e a geada são uma realidade. Em julho, a temperatura chegou a atingir 7,4 graus negativos. Percebe-se que a filmagem para o programa foi realizada no verão e, em muitos momentos, os integrantes estavam de camisetas ao subir uma das montanhas. Entendemos a dificuldade de uma gravação somente na neve, contudo a neve poderia ter sido registrada.

Paisagens serranas foram mostradas sim, visto que a Serra é rica em araucárias, mas havia muito mais para se mostrar, caminhos e paisagens com maiores belezas. Caminhos floridos por hortênsias, desenhados com montanhas, com rios e cachoeiras. A Serra não é a Serra sem mostrar a Serra do Rio do Rastro, sem mostrar a Igreja Matriz de São Joaquim, sem mostrar a Cachoeira do Avencal. Isto seria o mesmo que fazer uma reportagem sobre a Capital, Florianópolis, sem mencionar as praias e a Ponte Hercílio Luz; seria o mesmo que ir à França – Paris, sem mostrar a Torre Eiffel. Há uma bela reportagem divulgada no Programa “Caminhos da Natureza” que, inclusive, mostra a Serra em diversas estações do ano. O Globo Repórter que se propôs a mostrar a Serra Catarinense, infelizmente, deixou seu principal monumento de fora, a Serra do Rio do Rastro.

Artur Hugen, com Ismênia Nunes/Foto: Cristiano Andujar/Divulgação