Autoridades sanitárias brasileiras e venezuelanas reuniram-se, nesta semana, em Pacaraima, município situado ao norte do estado de Roraima que faz fronteira com a Venezuela, para tratar de plano de erradicação da febre aftosa naquele país.
A atuação conjunta está prevista na Resolução número um da Comissão Sul Americana da Luta contra a Febre Aftosa (Cosalfa), de abril deste ano, que reconheceu a “necessidade premente dos 13 países membros apoiarem a Venezuela”, sob a coordenação do Centro Panamericano de Febre Aftosa (Panaftosa).
A reunião começou a ser viabilizada a partir do primeiro encontro de brasileiros e venezuelanos em Pirenópolis, Goiás, em abril do ano passado, quando já foi decidida a vacinação oficial dos rebanhos bovinos e bubalinos em um raio de 15 km, traçados de ambos os lados paralelamente à linha de fronteira.
O Brasil foi reconhecido livre de aftosa com vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), no último mês de maio. A Venezuela é o único país da América Latina declarado “não livre” em toda a sua extensão territorial. Segundo dados da Cosalfa e OIE/2017, o rebanho bovino brasileiro, o maior do mundo, soma 219 milhões de cabeças. Na Venezuela, há 15,450 milhões cabeças e a última ocorrência de febre aftosa foi registrada em abril de 2013.
O chefe da delegação brasileira, Guilherme Marques, diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e delegado do Brasil na OIE, disse que as ações conjuntas terão início “a partir da fronteira do Brasil em direção ao interior da Venezuela com vacinações sucessivas, inspeções clínicas e cadastro de propriedades, sempre com apoio de autoridades venezuelanas, por intermédio do Instituto Nacional de Salud Animal Integral (INSAI)”.
Marques disse ainda que “a estratégia do Panaftosa para a Venezuela é a de atuar em todo o país, vacinar e imunizar o rebanho inteiro e assim erradicar a febre aftosa do continente americano”.
Na primeira parte do encontro bilateral, o Brasil apresentará as condições estruturais e operacionais do serviço veterinário oficial, as ações e os controles para febre aftosa em Roraima. Em seguida, os venezuelanos cumprirão o mesmo roteiro de apresentação para o estado vizinho, Bolivar, onde terá início o plano, antes de estender ao país como um todo. Ao final, as duas partes assinarão e avaliarão a forma de execução de Termo de Entendimento Mútuo Brasil-Venezuela para a região de fronteira Bolivar-Roraima, onde terá início o plano.
Participam da delegação brasileira, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, (MAPA), o coordenador de Saúde Animal, Heitor David Medeiros, o chefe da Divisão de Febre Aftosa, Diego Viali dos Santos, e o superintendente Federal de Agricultura em Roraima, Plácido Alves de Figueiredo Neto. A delegação venezuelana será chefiada por Wilmer Alcázar Guerra, diretor do INSAI.
De Roraima, participam o Serviço de Inspeção, Fiscalização e Saúde Animal (SIFISA Roraima) e a Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (ADERR).
O setor privado será representado pelo Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), Federação de Agricultura de Roraima e Sindicato Rural de Pacaraima.
Artur Hugen, com Coordenação-geral de Comunicação Social/Fotos: Divulgação
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19 de Novembro, 2024 às 23:56