O número de microempreendedores individuais no país apresentou forte alta desde o pré-crise e cresceu 68% em 4 anos. Em agosto deste ano, eram 7,3 milhões de MEIs cadastrados. No mesmo período de 2014, eram 4,3 milhões, segundo dados da Receita Federal.
O aumento do trabalho autônomo no período tem relação direta com a evolução do desemprego no país. No trimestre encerrado em julho –dado mais recente do IBGE–, a taxa de desocupação ficou em 12,3%. Em agosto de 2014, era de 6,9%.
“Tivemos 2 anos muito ruins no mercado de trabalho, com geração de emprego negativa. Este ano, apesar de já termos 1 leve crescimento, o MEI continua sendo uma alternativa que veio para ficar”, explica Rodolfo Torelly, consultor do site Trabalho Hoje e ex-diretor do Departamento de Emprego e Salário do Ministério do Trabalho.
A deterioração do mercado de trabalho formal faz crescer o processo conhecido como “empreendedorismo por necessidade”. Dados do IBGE mostram que o número de pessoas trabalhando por conta própria passou de 21,1 milhões no 2º trimestre de 2014 (23% do total de pessoas ocupadas) para 23,1 milhões no mesmo período de 2018 (25% do total de pessoas ocupadas).
“Tivemos 2 anos muito ruins no mercado de trabalho, com geração de emprego negativa. Este ano, apesar de já termos 1 leve crescimento, o MEI continua sendo uma alternativa que veio para ficar”,
Para Torelly, em 1 cenário econômico desfavorável, o modelo abre oportunidades de trabalho e facilita a formalização. “O governo simplificou muito o processo, se tiver 1 endereço para trabalhar, você se transforma em MEI em 20 minutos.”
O programa foi criado em 2008 com foco na formalização de pessoas que trabalham por conta própria, mas não tem uma renda muito alta. Hoje, se enquadram na modalidade empresários como cabeleireiros, pedreiros e doceiros que faturam até R$ 81 mil por ano.
Das mais de 500 atividades registradas, as mais representativas entre os MEIs são: comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios; cabeleireiros, manicure e pedicure; obras de alvenaria; lanchonetes, casas de chá, de sucos e similares; e minimercados, mercearias e armazéns.
Artur Hugen, com 360º/Foto: Orlando Kissner/ANPr
19 de Novembro, 2024 às 23:56