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Perda de alimentos deixa países em alerta

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Em evento internacional realizado pela Embrapa, ministro Edson Duarte destaca que 1,3 bilhão de toneladas são perdidas anualmente em todo o mundo

Um terço dos alimentos produzidos para consumo humano são perdidos ou desperdiçados globalmente, o que equivale a cerca de 1,3 bilhão de toneladas por ano.

O dado da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) foi destacado pelo ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, na abertura do Seminário Internacional União Europeia – Brasil Perdas e Desperdício de Alimentos em Cadeias Agroalimentares: Oportunidades para Políticas Públicas. O evento, promovido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), foi realizado nesta quinta-feira, em Brasília-DF.

Na ocasião, a Embrapa divulgou dados de pesquisa inédita sobre hábitos de consumo de alimentos e desperdício em famílias. Segundo o estudo, as famílias brasileiras desperdiçam, em média, 353 gramas de comida por dia ou 128,8 Kg por ano. O alimento mais desperdiçado é o arroz (22%), seguido do feijão (16%) e do frango (15%). 

De acordo com Edson Duarte, é necessário ampliar a compreensão e fortalecer a ação de todos os setores da sociedade com relação ao desperdício de alimentos, principalmente os ligados à produção agrícola, indústria alimentícia, comércio e varejo. “Necessitamos, também, de pesquisa e inovação e, ainda, de chamar os consumidores para uma parceria no sentido de reduzir perdas e desperdícios de alimentos em toda a cadeia produtiva e de consumo, o que vai ajudar a reduzir problemas que causam impactos ambientais, econômicos, sociais, de segurança alimentar e, cujas soluções podem representar ganhos significativos ao país”, disse.

Recuperação de áreas

Diante da crescente demanda mundial por alimentos, aliada a questões como a mudança do clima e a escassez de recursos naturais, o ministro Edson Duarte acredita que o desafio é compatibilizar a produção de alimentos com a preservação ambiental. “O tema é muito importante para o Brasil. O país tem entre 50 e 60 milhões de hectares de área degradada que, se recuperadas, podem abrigar o aumento da produção sem a necessidade de abertura de novas áreas”, destacou. Ele adiantou que estratégias nesse sentido estão sendo articuladas pelo MMA, MAPA e a própria Embrapa. 

O presidente da Embrapa, Maurício Lopes, afirmou que os debates do seminário vão ajudar na superação de “um passivo muito grave da sociedade moderna”. Para ele, há um defeito no desenho do atual sistema agroalimentar que supervaloriza a forma e a aparência dos alimentos em detrimento de sua qualidade nutricional. “Temos o desafio de repensá-lo”, afirmou. 

Para além do alimento, Lopes lembrou que o desperdício inclui outras variáveis do ponto de vista ambiental, como insumos, energia, mão-de-obra e o aumento da emissão de gás carbônico na atmosfera. 
A abertura do seminário contou com a presença do embaixador da União Europeia no Brasil, João Gomes Cravinho, da secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério de Desenvolvimento Social (MDS), Lilian Rahal, e do coordenador do Programa Agricultura e Alimentos da WWF-Brasil, Edegar de Oliveira Rosa.

Artur Hugen, com Waleska Barbosa/ Ascom MMA/Foto: Paulo de Araújo/MMA

Instituído Dia da Baleia Franca - 31 de julho

Portaria pulicada no Diário Oficial da União reflete preocupação do Brasil com conservação dos oceanos

A partir de agora, 31 de julho é o Dia da Baleia Franca. A portaria foi publicada no Diário Oficial da União de (18) e reflete os esforços do Ministério do Meio Ambiente para a conservação dos oceanos. A data homenageia a baleia Sunset, primeira da espécie resgatada com vida após encalhar, em 2003, no litoral de Santa Catarina. Devolvida ao oceano, ela foi novamente avistada 14 anos depois, em 31 de julho de 2017, já com filhote.

A assinatura da Portaria ocorre quatro dias depois de uma vitória do Brasil na 67ª sessão plenária da Comissão Internacional da Baleia (CIB), em Florianópolis (SC). O Japão sugeriu a flexibilização das regras da caça comercial à baleia, mas a ideia foi rejeitada pela CIB. Ao todo, 41 países votaram contra a proposta, 27 a favor e dois se abstiveram. Para o secretário de Biodiversidade do MMA, José Pedro de Oliveira Costa, que assinou a portaria do DOU, essa foi uma das mais importantes reuniões da CIB para o país.

CARACTERÍSTICAS

As baleias francas são cetáceos de grande tamanho, podendo atingir mais de 17 metros de comprimento nas fêmeas e pouco menos nos machos. O corpo é negro, arredondado e sem aleta dorsal. A cabeça ocupa quase um quarto do comprimento total, nela se destacam a grande curvatura da boca, que abriga, pendentes, cerca e 250 pares de cerdas da barbatana, ásperas e na sua maior extensão negro-oliváceas.

O ventre apresenta manchas brancas irregulares. As fêmeas adultas podem chegar a pesar mais de 60 toneladas; e os machos, 45 toneladas. A camada de gordura que reveste o corpo das baleias francas é notável, podendo chegar a 40cm de largura em alguns pontos. O “borrifo” das baleias francas é bastante característico, em forma de “V”, resultante do ar aquecido expelido muito rapidamente do pulmão.

A altura do borrifo pode atingir de 5 a 8 metros, sendo mais visível em dias frios e com pouco vento, e o som causado pela rápida expelida de ar pode ser ouvido muitas vezes a centenas de metros.

A mais marcante característica morfológica da espécie, entretanto, é o conjunto de calosidades que apresentam no alto e nas laterais da cabeça. São estruturas formadas por espessamentos naturais da pele que já nascem com o animal e são relativamente macias em fetos e filhotes recém-nascidos, mas se tornam mais rígidas com o crescimento do animal.

Artur Hugen, com Rogério Ippoliti/ Ascom MMA/Foto: Instituto Australis

Abaixo: Baleia Sunset, avistada no litoral de Santa Catarina em 31 de julho de 2017, 14 anos após ser resgatada?