A Celepar abriu as portas do seu Laboratório de Inovação para que entidades da sociedade paranaense com ações na área da saúde para que executem, em conjunto com a companhia, projetos colaborativos utilizando a inteligência artificial. Entidades como a Universidade Federal do Paraná, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Unimed e os hospitais Pequeno Príncipe, Santa Brígida e Nossa Senhora das Graças participarão da inciativa.
O ponto de partida será a metodologia aplicada na criação do robô Laura, solução que prevê casos da doença sepse. O robô é utilizado desde setembro de 2016 pelo Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba, e já respondeu pelo diagnóstico em mais de 60% dos pacientes portadores desta síndrome nos dois postos que receberam a tecnologia, com índice de acerto em 97,7% dos casos. A tecnologia está ajudando a salvar vidas.
Na avaliação do presidente da Celepar, Jacson Carvalho Leite, a metodologia aplicada no robô Laura, aliada às soluções vindas de outros parceiros, tem potencial para apresentar resultados representativos em ações públicas e privadas de saúde, com ênfase na qualidade de vida e no bem-estar do cidadão.
A formalização das parcerias, o cruzamento das tecnologias e dados e o uso dessas informações como instrumentos de pesquisas científicas em diferentes projetos futuros, serão os próximos passos deste projeto que é coordenado pelo assessor da Celepar, Jacson Fressatto, criador do robô Laura. “Só precisamos alinhar todos os cérebros para uma mesma oportunidade de realização pois recursos existem. Basta colocar a mão na massa e fazer acontecer. E esse encontro é o ponto de partida”, afirma Fressatto.
ROBÔ LAURA - Fressatto perdeu a filha Laura aos 18 dias de vida. Recém-nascida, Laura foi vítima de septicemia, uma infecção silenciosa que tira a vida de milhares de pessoas em todo o mundo diariamente.
A septicemia, mais conhecida apenas como sepse, é categorizada como uma infecção geral grave do organismo. Causada por germes patogênicos, ela causa uma inflamação sistêmica que é potencialmente fatal, principalmente quando atinge o grau máximo de "choque séptico".
Após a morte da filha, durante nove meses Fressatto trabalhou como voluntário em vários hospitais, principalmente naquele onde Laura foi tratada e acabou falecendo. A bagagem adquirida nesta caminhada aliada à sua formação profissional permitiu que ele criasse o robô que utiliza tecnologia cognitiva, na qual a solução tem a característica de aprendizado de máquina, entendendo e até conversando com áreas operacionais, no caso, em hospitais.
Segundo o seu criador, o Robô Laura tem a capacidade de salvar mais de 12 mil vidas por ano no Brasil, reduzindo em 5% o índice de mortes. O objetivo é poupar tempo, recursos e vidas, e tecnicamente, Laura é o primeiro robô cognitivo de gestão de risco.
Artur Hugen, com informações e imagem do GPR
19 de Novembro, 2024 às 23:56