O Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), representado por seu diretor de Planejamento e Financeiro, Luiz Corrêa Noronha, participou, nesta semana, do evento “SDGs in Brazil – The role of the private sector” (ODS no Brasil – o papel do setor privado), em Nova York. Noronha relatou a experiência do Programa BRDE PCS – Produção e Consumo Sustentáveis, selecionado como caso exemplar de sustentabilidade no setor financeiro brasileiro pela Rede Brasil do Pacto Global da ONU, em parceria com o Observatório Mundial e a PwC, organizadores do encontro.
“A escolha do BRDE é um reconhecimento dos resultados alcançados pelo Programa BRDE PCS desde 2015. Mais do que demonstrar total alinhamento e engajamento do Banco com os ODS, o BRDE hoje tem os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no centro de suas operações, como parte integrante do próprio negócio”, afirma o diretor Noronha. Ele destaca também a credibilidade da seleção, realizada com participação da PwC na análise dos cases e informa que será lançada uma publicação reunindo todas as experiências brasileiras tidas como referências para o setor privado.
O encontro do Pacto Global ocorre dois dias após a Conferência dos Líderes do Pacto Global da ONU, em paralelo à 73ª Sessão da Assembleia Geral da ONU.
BRDE – Financiamentos em viés sustentável
O Programa BRDE Produção e Consumo Sustentáveis foi idealizado para disponibilizar linhas de crédito e canalizar recursos que atendam à demanda por financiamento para investimentos sustentáveis, privados ou públicos, nos três estados do sul do Brasil. Ele responde à necessidade, expressa pela sociedade e em acordos internacionais, de promover a transição para uma economia de baixo carbono. Tem como público-alvo empreendedores de todos os portes, inclusive micro, pequenas e médias empresas, e produtores rurais.
A prática se resume em três etapas. Na primeira, foi definida a Política de Responsabilidade Socioambiental, que reflete a preocupação do BRDE com a sustentabilidade a partir da ação em três eixos: a) impacto das atividades; b) impacto das operações; e c) Programa de Financiamento. O impacto das atividades foi enfrentado com a adesão à Agenda Ambiental da Administração Pública (A3P), programa do Ministério do Meio Ambiente, e criou-se um novo sistema de gerenciamento de riscos ambientais e sociais para monitorar o efeito das operações. A constituição do Programa BRDE Produção e Consumo Sustentáveis, segunda etapa dessa prática, integra uma concepção mais ampla, que busca modificar os procedimentos bancários. A iniciativa alia as perspectivas de inovações nos produtos financeiros e captação de recursos em fundings orientados para a sustentabilidade, principalmente de fontes internacionais.
Resultado
A terceira etapa, de monitoramento do programa, já demonstrou, em três anos, aplicação de recursos de R$ 1 bilhão colocados no mercado com taxas menores e prazos maiores do que a média dos financiamentos do BRDE. Permitiu captação de recursos junto à Agência Francesa de Desenvolvimento (€ 50 milhões) e a realização de projetos especiais, incluindo: proteção do Bioma Pampa; programa de Eficiência Energética Assegurada, em parceria com o BID; iniciativa para redução de perdas e desperdícios de alimentos; e outras ações institucionais.
Artur Hugen, com AI/Afonso Roberto Licks/BRDE/Foto: Divulgação
19 de Novembro, 2024 às 23:56