As ações brasileiras estão alinhadas à urgência global para conter o aquecimento do Planeta. Após intensa semana de negociação, foi aprovado no sábado (6) o relatório especial do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC).
Na avaliação do Ministério do Meio Ambiente (MMA), as metas brasileiras podem contribuir de maneira significativa para frear os impactos do aumento da temperatura, apontados pelo documento do IPCC.
O Brasil foi representado por equipe do MMA e dos ministérios das Relações Exteriores (MRE) e da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) na reunião que debateu o relatório, na Coreia do Sul. “O país atuou no sentido de identificar as melhores maneiras de responder às evidências científicas”, afirmou o secretário de Mudança do Clima e Florestas do MMA, Thiago Mendes.
A redução de emissões proposta pelo Brasil terá papel importante na ação mundial para barrar o aumento da temperatura. “A nossa NDC (Contribuição Nacionalmente Determinada) já é alinhada”, avaliou Thiago Mendes. “Chegar em 2030 com uma redução de 43% é bastante significativo quando comparado a outros países”, acrescentou.
Esforço
O relatório do IPCC mostra os severos impactos para cenários de aumento de temperatura de 1.5°C e de 2°C. Para manter o aquecimento nesse limite, é preciso que cada país faça sua parte. “Como coletividade, como Planeta, é um esforço muito grande, uma mudança significativa terá de ser feita”, explicou Thiago Mendes.
A partir das constatações científicas do IPCC, um sumário para tomadores de decisões indica as ações necessárias em áreas como corte de emissões, novas tecnologias e financiamento. Uma avaliação relacionada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) também foi incorporada, como forma de beneficiar as ações de mitigação e adaptação à mudança do clima.
Saiba mais
Na agenda climática, o mundo desempenha, hoje, um esforço global para manter o aumento da temperatura média global bem abaixo de 2°C em relação aos níveis pré-industriais e para limitar o aumento da temperatura a 1.5ºC. Esse objetivo faz parte do Acordo de Paris, um pacto concluído, em 2015, pelos 195 países integrantes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima.
Para isso, cada país apresentou uma meta própria para fazer sua parte. Considerada uma das mais ambiciosas, a meta brasileira propõe alterações para o conjunto da economia. O objetivo é reduzir 37% das emissões de gases de efeito estufa até 2025, com indicativo de cortar 43% até 2030. Ambos os percentuais são baseados nos níveis registrados em 2005.
Artur Hugen, com Lucas Tolentino/ Ascom MMA/Foto: Divulgação IISD/ENB
19 de Novembro, 2024 às 23:56