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Especialistas debatem gerenciamento costeiro

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Praia dos Ingleses, em Santa Catarina

Pesquisadores e especialistas em temas como erosão costeira, ecologia e morfodinâmica de praias se reunirão ao longo desta semana em evento com o objetivo de discutir medidas voltadas para a costa brasileira.

A 11ª edição do Encontro Nacional de Gerenciamento Costeiro (Encogerco) e a 2ª edição do Simpósio Brasileiro sobre Praias Arenosas (SBPA) começaram nesta segunda-feira (15) e seguem até sábado (20), em Florianópolis.

Confira a programação 

O encontro tem uma programação técnico-científica composta por temas técnicos relacionados a praias, gestão e governança costeira. O objetivo principal é facilitar o acesso a metodologias e técnicas contemporâneas, integrar pesquisadores e apresentar atualizações em políticas internacionais e regionais diretamente relacionadas ao tema.

O coordenador-geral de Gerenciamento Costeiro do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Régis Pinto de Lima, esteve na mesa de abertura e proferiu a palestra A gestão na zona costeira tendo como foco os riscos costeiros e a qualidade ambiental. Segundo ele, um dos grandes temas do evento é o Programa Nacional para a Conservação da Linha de Costa (Procosta), iniciativa permanente de planejamento e gestão da zona costeira com caráter territorial, instituída por portaria publicada em março de 2018. A inciativa foi apresentada na Organização das Nações Unidas, durante a Conferência sobre os Oceanos.

A integração do Procosta com outros órgãos federais, universidades, municípios e estados também é necessária, de acordo com Régis Pinto. “Essa é a proposta do evento: pensar em uma política pública, em uma estratégia para esse enfrentamento que já é uma realidade, tendo em vista que, diariamente, temos notícias de inundações e erosões costeiras”, explica.

Erosão

Atualmente, 40% da costa brasileira encontra-se em processo de erosão, segundo dados do Programa de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM). “Isso significa dizer que 40% da costa brasileira está em perigo. Os riscos costeiros de uma situação como esta são possíveis perdas sociais, econômicas e ambientais”, alerta Régis Pinto de Lima. Em alguns locais, como em Santa Catarina, esses riscos têm se tornado cada vez mais graves.

Além do processo de erosão, o coordenador-geral explica que eventos extremos causados pela mudança do clima vêm ocorrendo com mais frequência e intensidade, como ciclones, grandes ondas e marés meteorológicas. “São eventos que causam grandes prejuízos em Santa Catarina, muitas vezes com chuvas associadas a grandes marés e ventos que provocam inundação de cidades costeiras, como acontece em Itajaí”, exemplifica.

Coletar e integrar dados sobre temas como geomorfologia da costa e meteorologia com foco em previsões oceanográficas é outo desafio, segundo ele. “Precisamos desses dados para fazer modelagens costeiras e ter cenários em que possamos prever onde há mais riscos costeiros, para então criar estratégias de adaptação”, resume Régis Pinto de Lima.

Artur Hugen, com  Gláucia Chaves/ Ascom MMA/Foto: Divulgação