Assim como a Mulher de Branco, outra história conhecida é a Lenda da Noiva do Panelão. Na Serra do Panelão, trecho que dá acesso ao município de Urubici, dizem que aparece aos motoristas que trafegam sozinhos, uma mulher vestida de noiva pedindo carona, mesmo que o motorista não conceda a carona, ela, o acompanha por toda a Serra não se importando com o que ele fale ou faça.
Ao terminar a Serra ela o deixa seguir seu caminho, ficando como lembrança o seu véu, “provando” que ela realmente esteve ali.
Depois de alguns instantes, assim como a noiva, o véu também desaparece. Atualmente, motoristas evitam passar sozinhos nesta serra, principalmente à noite, onde tudo pode acontecer…
Esta lenda narra que há muito tempo atrás morava em Painel uma tribo de índios guaranis. Nesta tribo vivia Bici, índio forte e valente, bom caçador e muito respeitado por toda a tribo. Na localidade de Santa Tereza outra tribo residia no local.
O chefe da tribo tinha uma filha chamada Agray, moça muito bonita. O que mais chamava a atenção eram seus cabelos, que de tão longos cobriam suas costas e, além disso, eram lisos e muito negros.
Sempre que o verão chegava às tribos se visitavam. Numa destas visitas, Bici e Agray se apaixonaram.
Então o pai de Bici pediu Agray em casamento e tudo foi acertado. Casariam-se no próximo verão, na primeira lua cheia.
No entanto, na tribo, um outro índio chamado Cauã também amava aquela menina dos cabelos longos, mas a jovem Índia, jamais lhe dera esperanças, pois amava Bici.
Louco de ciúmes, Cauã prometera que os dois jamais se casariam. Um dia antes do casamento, Bici e sua tribo puseram-se em viagem para o casamento. Enquanto na tribo da noiva tudo estava pronto, muita caça, peixe seco ao sol e muitas frutas.
Amanheceu e o dia estava lindo, o céu azul, o vale florido e o sol aquecendo os primeiros dias de verão.
Agray estava muito feliz, porém ansiosa, pois o noivo não chegava. Então o cacique chamou os dois mais rápidos guerreiros da tribo e os mandou ao encontro de Bici.
Ao meio-dia estavam de volta e traziam a triste notícia que Bici havia morrido em uma emboscada feita por Cauã. Desesperada, Agray saiu correndo para longe da tribo, deitou-se em um monte e chorou muito, muito…
Então a lua, com pena da jovem, transformou-a em um enorme bloco negro de basalto, brilhante e lindo como seus cabelos e suas lágrimas em um lindo riozinho a correr por cima da pedra como um belo véu de noiva. Este maravilhoso monumento natural ficou para lembrar aos homens o amor de Bici e Agray.
Esses meninos morreram em abril de 1962, Leopoldo e Ildo com 8 e 9 anos. Leopoldo foi com seu pai comprar suprimentos na comunidade de Vacas Gordas. Na volta, convidou o sobrinho Ildo para seguir junto até sua casa nos Campos de Santa Bárbara aproximadamente 15 km; onde 6 km era de caminhada até a casa, o tio (pai de Leopoldo) faleceu no caminho, deixando os sobrinhos perdidos no meio da nevasca, sendo encontrados 4 dias depois do desaparecimento. Toda comunidade saiu em busca das crianças, um deles encontrado abaixo de uma árvore, e o outro um pouco mais a frente. Mortos congelados. E até os dias de hoje são considerados milagreiros, por diversas pessoas da comunidade e comunidades vizinhas e a cidade local. Muita gente visita os túmulos para fazer pedidos e promessas.
Meninos da Neve
Esta Exposição promovida pelo SESC em parceria com a Jana Scatola sobre as lendas e história de Urubici será lançada no dia 17 ás 19:30 e é aberta ao público.
A Exposição Lendas e Histórias de Urubici está baseada em três histórias, uma delas verídica ( Os meninos da neve) A Noiva do Panelão e a Índia da cascata véu de Noiva. Com o objetivo de promover o conhecimento dessas lendas , a partir dos ensaios fotográficos , mexendo com a imaginação dos visitantes e da comunidade local de Urubici, difundindo assim a cultura através do olhar da artista Jana Scatola que de forma pioneira idealizou o projeto.
Artur Hugen, com Agência São Joaquim Online/Fotos: Divulgação
02 de Dezembro, 2024 às 21:15