O senador Paulo Paim (PT-RS) criticou o governo por usar dados falsos para justificar junto à população as reformas trabalhista e Previdenciária. O parlamentar leu, em Plenário, artigo do cientista Carl Sagan sobre "a arte refinada de detecção de mentiras" e a necessidade de se debater previamente uma ideia, antes de colocá-la em prática para verificar se não há equívocos ou fundamentos falsos.
Ao se referir especificamente à reforma trabalhista, que deve ser votada nesta semana na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, Paim afirmou que a proposta é inconstitucional e baseada no falso argumento de que as mudanças gerarão mais postos de trabalho.
Entre os pontos previstos na reforma estão o que permite o trabalho insalubre de gestantes; o que prevê jornada de até 12 horas ininterruptas; e o que reduz para 30 minutos o tempo destinado ao almoço.
- Eu diria que o Senado está na seguinte situação: ele está entre Judas e Pôncio Pilatos. Judas, porque está traindo o povo. Pôncio Pilatos, porque está lavando as mãos, como Pôncio Pilatos e Cristo foi crucificado - disse o senador, acrescentando que o Senado não pode fazer de conta que não viu o que é proposto na reforma trabalhista.
Paulo Paim lamentou denúncia feita por Antônio Fernandes Costa, ex-presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), de que os cargos da entidade estão sendo ocupados por pessoas indicadas por um deputado federal, sem citar o nome do parlamentar.
Para o senador, esse tipo de negociata coloca em risco as políticas para parcelas da população que precisam de um apoio maior do governo.
- A política do 'é dando que se recebe' não tem mais limites. A denúncia que ele fez na Comissão de Direitos Humanos é da maior gravidade. O governo Temer está destruindo praticamente aquelas áreas onde é fundamental a responsabilidade com o social - afirmou o senador.
Artur Hugen, com informações da Agência e Rádio Senado/Foto: Wladimir Barreto/AS
19 de Novembro, 2024 às 23:56