Em discurso no Partnership Meeting 2018, o encontro anual da World Cocoa Foundation (WCF), a Fundação Mundial do Cacau, em São Paulo, o ministro Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento), estimou aumento da produção brasileira de cacau em 50% nos próximos cinco anos, atingindo 300 mil toneladas anuais, e aumento de 100% na produção de amêndoas em dez anos.
O ministro, que destacou a sustentabilidade da produção agropecuária do país, disse que esse aumento está previsto no Plano de Expansão Sustentável da Produção. E lembrou que na Amazônia, de onde o fruto é originário, tem revelado crescimento médio de 10 mil hectares por ano de sistemas agroflorestais com o produto, incluindo a recuperação de áreas degradadas. Como árvore nativa desse bioma, foi inserida na Linha ABC do Plano Safra 2018/2019 para o crédito agrícola.
O evento internacional acontece pela primeira vez no Brasil e visa ações voltadas às parcerias público-privadas do setor. Entre as metas do setor produtivo, de acordo com a Ceplac, vinculada ao Mapa, é retormar a posição do Brasil de maior produtor mundial de cacau, que tinha a década de 1980, quando produzia 400 mil toneladas anuais.
Blairo Maggi adiantou que estão em andamento “tratativas finais visando reconhecimento internacional para exportar 20% do cacau brasileiro com selo de qualidade diferenciada. Queremos vender para o mundo o cacau “fino e de aroma”, para entrarmos no seleto clube dos 12 países que possuem essa distinção, o que vai nos possibilitar vender o produto especial pelo dobro do preço médio comercializado atualmente”.
Isso será possível, segundo o ministro, com o retorno do país como membro efetivo, com direito a voto, do International Cocas Organization (ICCO). “Às vezes, não é dada a devida importância a um fórum como esse ou outro. Mas é nesses fóruns que saem as linhas para o futuro, onde são estabelecidas as políticas. Por isso a importância de estar todo mundo junto”.
Maggi disse ainda que “temos um grande mercado a conquistar com a venda de produtos com maior valor agregado. O Brasil tem a tendência à especialização em produção de chocolates orgânicos, chocolate gourmet, entre outros nichos de mercado que queremos e podemos alcançar”.
O Brasil possui todos os elos da cadeia produtiva do cacau e do chocolate, desde a produção de amêndoas, passando pelo processamento, até chegar à produção do chocolate. “É uma vantagem competitiva rara que possuímos e temos que explorá-la”, afirmou.
Artur Hugen, com Coordenação Geral de Imprensa/Foto/Divulgação
19 de Novembro, 2024 às 23:56