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Exposição Essência Negra traz reflexão sobre a cultura a africana e afro-brasileira ao Espaço Cultural BRDE

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O amor pela cultura afro e admiração pela resistência dos povos africanos e afro-brasileiros são a base da exposição Essência Negra, mostra coletiva das artistas Fernanda Jerônimo e Simone de Fáveri

O amor pela cultura afro e admiração pela resistência dos povos africanos e afro-brasileiros são a base da exposição Essência Negra, mostra coletiva das artistas Fernanda Jerônimo e Simone de Fáveri. Ambas transformaram essa admiração em arte e se juntaram para a mostra que o Espaço Cultural BRDE inaugura no próximo dia 7 de novembro, às 19h.

Inspirada pelas fotografias de Hans Silvester, fotógrafo alemão interessado pelas artes corporais, Simone de Fáveri traz em pinturas e esculturas uma representação dos povos africanos habitantes do vale do Rio Omo, na Etiópia. Os povos Surma e Mursi cultivam ainda uma rica cultura de contato com a natureza, preservada pelas condições geográficas. Eles realizam rituais, pinturas corporais à base de argila e se embelezam com a terra e as plantas.

“Este povo está ameaçado pelo ‘progresso’ e sua forma de viver em completa comunhão com a natureza corre o risco de acabar. H.Silvester nos conscientizou divulgando suas fotos. Quando passei a pintar os retratos pude aprofundar meu olhar sobre as expressões, os gestos, as formas individuais”, conta a artista.

Nas pinturas, Simone utilizou tinta artesanal feita a partir de pigmentos encontrados na terra, e nas esculturas, argila crua. “O uso das tintas feitas artesanalmente com terras neste projeto, conferiram uma harmonia cromática ao conjunto e pareceu-me devolver a eles o elemento com o qual se revestem todos os dias. Eu os pintei pelo puro prazer de mergulhar nesta estética poética-sonhadora.”

Fernanda Jerônimo é artista digital e traz em suas pinturas digitais toda sua vivência particular dentro da cultura afro-brasileira, refletindo ancestralidade em um meio moderno. Fernanda está imersa nesta cultura há alguns anos, por meio da música. Ela é bailarina profissional na banda de samba-reggae Cores de Aidê. Uma de suas principais obras, “Aidê”, representa uma figura mitológica presente em cantigas de capoeira. Fernanda conta, conforme a famosa cantiga, que Aidê era uma negra africana, de olhos esverdeados e magia no cantar. Seu senhor ficou encantado, e quis com Aidê se casar. Aidê, diante da proposta dessa falsa “liberdade”, negou, e fugiu para o Quilombo de Camugerê. Lá encontrou seu verdadeiro amor e a verdadeira liberdade.

Aidê simboliza a real liberdade, e a força da mulher que não negocia seus valores”, afirma.

A oportunidade de expor no Espaço Cultural reuniu as duas artistas. “Eu e Fernanda não nos conhecíamos até sermos convidadas pelo Espaço Cultural para fazer esta Coletiva. Nossos meios são diferentes, mas no fundo a motivação se aproxima. Vimos várias conexões interessantes! Ela traz a modernidade não só pelo uso da arte digital, mas por ser uma jovem representante afro-brasileira, cheia de talento e garra. Eu trago o antigo, uma lembrança do primitivo, de onde se iniciou parte de nossa cultura, em termos de mãe-África. Achei muito interessante colocar o novo ao lado do antigo, o contemporâneo junto ao clássico... eu espero que esta relação, sutil e não proposital, mas real, possa ser percebida e bem assimilada por quem vier ver a exposição", afirma Simone.

Artur Hugen, com ASCOM/BRDE/Fotos: Divulgação

Abertura: 07 de novembro, às 19h

Visitação: 08 a 30 de novembro, das 9h às 19h, de segunda a sexta

Local: Espaço Cultural BRDE Governador Celso Ramos, no térreo da Agência de Florianópolis – Av. Hercílio Luz, 617, Centro

Contatos Telefone: (48) 3221-8100 - E-mail: espacocultural-sc@brde.com.br

Entrada Gratuita