Muita gente aproveitou o sábado de sol para passear no Parque Jonas Ramos, o Tanque. O local, um dos mais belos pontos turísticos de Lages, também foi ponto de encontro para a promoção da conscientização e orientações sobre assuntos acerca da preservação do meio ambiente. Neste dia 10 de outubro foi realizado o evento “Lixo Zero”, com diversas atividades voltadas ao tema.
O evento foi promovido pela prefeitura, através da Secretaria de Serviços Públicos e Meio Ambiente e o CAV/Udesc, em parceria com diversas instituições, como o Sesc, Ambev, Ecoverde, Uniplac, Eco Centro Sul, Cooperlages, Secretaria de Agricultura, escolas e voluntários.
Destacaram-se apresentações de projetos com objetivo de conscientizar a população a dar melhor destinação aos resíduos produzidos, tanto sólidos quanto orgânicos, e também teve coleta de eletroeletrônicos, materiais recicláveis, óleo de cozinha, tampinhas, doação de mudas de hortaliças e feira de adoção de cães castrados, exposição de ações do Mesa Brasil e do projeto de artesanato Tramatusa.
A ação, que foi adiada devido ao mau tempo, encerra a Semana do Lixo Zero, que ocorreu do dia 24 a 31 de outubro, com diversas atividades paralelas, como palestras, oficinas, entrega de materiais e orientações envolvendo a comunidade, instituições e escolas.
A iniciativa ocorreu em diversas cidades do Brasil e até mesmo no exterior, e teve como objetivo mobilizar organizações e realizar eventos para sensibilizar a sociedade sobre seu poder em busca de soluções para atingir a meta do lixo zero. “A Semana do Lixo Zero, instituída na última semana de outubro, tem o propósito de proporcionar ambientes de discussão e conscientização sobre a temática dos resíduos sólidos, fomentando a economia solidária e a inclusão social, propondo soluções para a redução, reutilização, reciclagem, compostagem e incentivo ao consumo consciente, através de ações educativas”, diz a diretora de Meio Ambiente, da Secretaria de Serviços Públicos e Meio Ambiente, Silvia Oliveira.
Diga não ao desperdício de alimentos
Os alimentos que iriam para o lixo, matam a fome de milhares de pessoas carentes. Este é o propósito do Mesa Brasil, do Serviço Social do Comércio (Sesc). Segundo a coordenadora do programa em Lages, Rúbia Fernandes Sombrio, aproximadamente 15 toneladas de alimentos em bom estado de conservação, mas que iriam parar no lixo em supermercados da cidade é recolhido mensalmente. Estes são distribuídos entre famílias carentes cadastradas por instituições sociais.
Um dos núcleos, do bairro Dom Daniel, esteve presente no Tanque, neste sábado, expondo seus produtos, com artesanatos feitos através de materiais recicláveis e demonstrações de como reaproveitar alimentos e evitar o desperdício. Muitas pessoas provaram a aprovaram o bolinho integral e a geleia, feitos com cascas de maçãs.
Toda semana, as mulheres do bairro reúnem-se para aprender novas receitas e técnicas de artesanato, contribuindo para o orçamento familiar. “É uma oportunidade para nós, e realmente fez a diferença. Temos relatos de mulheres que viviam somente com o dinheiro do aposento e não conseguiam se manter, pois o preço dos remédios é muito alto. Depois que começaram a participar do grupo têm uma renda extra pra ajudar em casa, além da troca de experiências, que é muito bom também”, diz a artesã do grupo Pedra Ferro, Ângela Stefen.
Lixo Orgânico Zero através da compostagem
O que muitas pessoas não sabem, é que todo e qualquer lixo orgânico produzido nas residências, condomínios e restaurantes podem simplesmente desparecer, sem causar transtornos, como mau cheiro, e ainda ser transformado em adubo para o plantio de hortaliças. Este é o método da compostagem, orientado pelo projeto Lixo Orgânico Zero. “Lages é referência com uma tecnologia nova de compostagem, extremamente simples e capaz de atender todas as pessoas, até mesmo aquelas que nunca utilizaram desta técnica. Nosso objetivo é que todo lixo orgânico vire compostagem, e nunca mais seja deixado na calçada para ser recolhido pelos caminhões e levado até o aterro”, afirma um dos coordenadores do projeto, Germano Guittler.
Este trabalho também tem um foco muito importante nas escolas, onde os alunos aprendem a fazer a compostagem, com a confecção das hortas escolares, e depois disseminem a ideia em suas famílias e comunidades. Atualmente cerca de 40 escolas, municipais e estaduais, receberam o projeto, mas a meta é em breve ultrapassar o marco de cem unidades escolares.
Um estudo apontou que hoje apenas 15% da população faz algum tipo de jardinagem ou horta em suas residências. O projeto surgiu com o propósito de dar uma solução para o lixo orgânico gerado pelo restante da população, que não teria onde utilizar o próprio resíduo. “O lixo produzido é um problema ambiental, muito sério e caro para a sociedade. Somente em Lages o poder público gasta cerca de nove milhões de reais por ano com a destinação de todo tipo de resíduo. Então, se conseguirmos retirar o lixo orgânico desta conta, os resíduos sólidos podem ser reciclados. Os resultados são em longo prazo, mas estamos trabalhando para isso”, afirma Germano.
Artur Hugen, com AI/Prefeitura/ Fotos: Toninho Veira
19 de Novembro, 2024 às 23:56