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Em um ano, pobreza avança sobre 2 milhões de brasileiros, aponta IBGE

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Em um ano, 2 milhões de brasileiros passaram a viver com menos de R$ 406 por mês

Em um ano, 2 milhões de brasileiros passaram a viver com menos de R$406 por mês. No ano passado, 54,8 milhões de brasileiros estavam nesta situação. O numero corresponde a 26,5% da população. Já em 2016, eram 52,8 milhões que recebiam esta remuneração, o que corresponde 25,7%.

Os dados são do relatório SIS (Síntese de Indicadores Sociais) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgado nesta semana. O levantamento busca analisar o tema “pobreza” utilizando diferentes medidas.

Banco Mundial, que considera paupérrimas as pessoas que vivem com até US$ 5,50 por dia, o que equivale a R$406 por mês.

A população em condição de extrema pobreza –que vive com menos de R$ 140 por mês, ou menos de US$1,9 por dia– chegou a 15,2 milhões, isso equivale a 7,4% dos brasileiros. Em 2016, eram 13,5 milhões, cerca de 6,6% da população.

Segundo o relatório, a quantidade de crianças de até 14 anos que vivem em casas com renda de até US$ 5,5 por dia passou de 42,9% em 2016 para 43,4% em 2017.

Rendimento médio domiciliar

Em 2017, o rendimento médio mensal das famílias no Brasil foi de R$ 1.511. As regiões Norte e Nordeste tiveram os menores rendimentos, R$ 1.011 e R$ 984, respectivamente. Nessas, quase metade da população teve o rendimento domiciliar per capita de até meio salário mínimo, que hoje é de R$ 954.

Mercado de trabalho

A taxa de desocupação, que era de 6,9% em 2014, subiu para 12,5% em 2017. Segundo o SIS (Síntese de Indicadores Sociais), isso equivale a 6,2 milhões a mais de pessoas em 3 anos.

A desocupação cresceu em todas as regiões do país e em todas as faixas etárias.

Trabalho informal

Em 2017, a informalidade correspondia a 40,8% da população ocupada. O número é equivalente a 37,3 milhões de pessoas. Isso significa que 2 de cada 5 trabalhadores brasileiros trabalhavam em 1 emprego informal.

Desde 2014, o número de trabalhadores informais cresceu 1,2 milhão. Na época, o percentual de empregos não formais era de 39,1%.

As atividades com as maiores proporções de trabalhadores informais são os serviços domésticos, a agropecuária e a construção civil.

As mulheres são minoria entre os ocupados, representam cerca de 43,4%. No entanto, predominam entre os subocupados, aqueles que trabalham menos de 40h semanais e gostariam de poder trabalhar mais.

Média salarial

Em 2017, trabalhadores brancos ganhavam em média R$ 2.615, cerca de 72,5% a mais do que os pretos ou pardos, que tinha 1 rendimento mensal de R$1.516.

A desigualdade de gênero também é uma realidade. A diferença de renda entre homens e mulheres é de 29,7%. A média salarial dos homens é de R$2.261, enquanto a das mulheres é de R$1.743.

Cotas para o ensino superior

A proporção de matrículas por cotas no ensino superior público triplicou nos últimos 7 anos. De 2009 a 2016, o percentual subiu de 1,5% para 5,2%.

Nas universidades particulares, o percentual de alunos matriculados pelo Prouni (Programa Universidade para Todos) subiu de 5,7% para 7,3%.

Em 2017, o percentual de pessoas com ensino médio completo que ingressaram no ensino superior foi de 43,2%. A taxa de alunos que entraram no ensino superior vindos de escola particular era 2,2 vezes a dos que estudaram em escola pública.

Formação acadêmica

A diferença entre alunos de escolas públicas e de privadas também fica evidente na taxa de ingresso no ensino superior logo após a formação no ensino médio. Só 35,9% dos alunos da rede pública entraram na universidade logo depois do 3º ano. No caso dos formados em escolas particulares, a taxa é de 79,2%.

Artur Hugen, com Poder 360º/Foto: Marcelo Casal/Agência Brasil/Divulgação