A diversificação do cultivo, consumo e comercialização da erva-mate no Rio Grande do Sul é o foco do estudo Ciência e Tecnologia para Novos Ritos do Mate, apresentado nesta semana (12) no Galpão Crioulo do Palácio Piratini.
A pesquisa, que traz a experiência com 13 mil famílias de Ilópolis, no Nordeste, busca potencializar novos produtos a base de erva para ampliar sua popularidade, agregando qualidade e aumentando o valor no mercado nacional. O governador José Ivo Sartori, secretários de Estado, prefeitos e agricultores participaram da cerimônia.
A pesquisa, feita pela Universidade de Passo Fundo (UPF), também levou em conta a viabilidade técnica para atingir maior ganho em sustentabilidade ambiental e a conservação da biodiversidade.
O resultado é o mix de cinco produtos com aroma e sabor para infusão, de acordo com a característica de cada região brasileira: Região Sul (maçã, canela e uva), Sudeste (café, cranberry e alcaçuz), Centro-Oeste (gengibre, buriti e abacaxi), Norte (funcho, laranjeira e pimenta-rosa), e Nordeste (côco, nibs do cacau e anis estrelado).
A base dos produtos está planificada na tese científica sobre os benefícios e propriedades da erva-mate produzida no Parque Tecnológico da universidade, com a promoção de blends (misturas) de outros compostos. O estudo leva o título Valoração Nacional da Ilex Paraguariensis por Meio de Chás Associados a Comprovação Científica, de autoria da professora Charise Dallazem Bertol, com o apoio de empresas incubadas no parque e da iniciativa privada, por meio da Inovamate.
A diversificação para consumo do produto tradicional gaúcho em outras regiões está entre as prioridades do projeto. Para o governador, a valorização da planta-símbolo do Rio Grande do Sul amplia opções para outros produtos de consumo, além do chimarrão. "A pesquisa é o trabalho e envolvimento de todos, da academia, poder público da região e iniciativa privada, fruto de estudo que é transformado em desenvolvimento para ser amplamente utilizado na melhoria da vida das pessoas", destacou.
Já o prefeito de Ilópolis, Edmar Rovadoschi, ressaltou que o trabalho de cultivo na região é desenvolvido em 700 propriedades, onde 95% da cultura é produzida em 33 agroindústrias, o que garante como maior exportador e produtor do estado. "Estamos partindo agora para a etapa de desenvolvimento e rastreamento em um centro de pesquisa para melhorar ainda mais a produtividade no campo e diversificar o produto", antecipou.
O estudo ainda busca a transferência de tecnologias e conhecimento entre empresa e universidade para profissionalizar a cadeia produtiva agronômica com a produção de chás. Segundo Charise Bertol, aliar o apoio da iniciativa privada aos estudos elaborados na UPF com os alunos resulta em aplicação direta na própria comunidade. "Estes produtos levam a valoração da erva-mate em todo o país, não só pelo consumo do chimarrão na região Sul, mas em outras regiões a partir da promoção dos blends", afirmou.
Tradição secular
A erva-mate é uma planta medicinal consumida desde 1554 pelos índios Guaranis. Atualmente, é utilizada como chá mate, chimarrão ou tereré no Brasil e Sul da América Latina, sendo ingerida como remédio caseiro para o colesterol, emagrecer, diminuir a taxa de glicose no sangue, saciar a fome, estimular a função cerebral, melhorar a circulação sanguínea, facilitar a digestão e limpar a pele. ALém disso, é benéfica para o sistema cardiovascular e respiratório.
Artur Hugen, com Secom/GRS/Foto: Luiz Chaves/Palácio Piratini
Projeto apresenta gastronomia típica e compartilha cultura do povo paraense na Travessa dos Cataventos
A Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ) recebe, neste domingo (16), a terceira edição do projeto cultural O Pará Tá Aqui. O evento, intitulado Feira do Pará Paidégua, ocorre das 11h às 20h, na Travessa dos Cataventos, com gastronomia típica e show da cantora paraense Maí Yandara.
O projeto apresenta a cultura do povo paraense, conectando norte e sul e compartilhando alguns costumes culinários e produtos orgânicos feitos artesanalmente com elementos e iguarias extraídos da região amazônica.
Artur Hugen, com Secom/GRS/Foto: Camila Amaral/Divulgação
19 de Novembro, 2024 às 23:56