A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tereza Cristina, anunciou na última sexta-feira, em Cascavel (PR) que irá lançar em breve um novo programa de habitação rural. “Nós vamos sentar com a Caixa Econômica, com o Ministério do Desenvolvimento Regional, para discutir esse assunto.
Inclusive, esse financiamento é mais simples porque o próprio produtor pode construir sua moradia. O projeto já existe, dentro da Secretaria de Agricultura Familiar, mas está sendo melhorado para atingir uma gama maior de pessoas”, afirmou.
Durante entrevista após visita à feira Show Rural Coopavel no município paranaense, a ministra falou sobre as relações comerciais no setor do agronegócio com os outros países. Comentou que a aproximação política com os Estados Unidos “não tem nada a ver com a nossa condição de grandes parceiros comerciais da China, que a cada ano incorpora mais pessoas ao mercado consumidor”.
Comentou sobre a importância de fechar mais negócios dentro da América do Sul e citou o exemplo do Peru, “é um país onde precisamos abrir mercado para carne. Estamos trabalhando isso. Enfim, precisamos manter os mercados que temos, mas também abrir novos para os produtos brasileiros”.
Tereza Cristina adiantou durante o evento sobre as negociações que tem feito em torno do seguro rural e de crédito agrícola, “uma coisa que aflige muito os produtores. E hoje me confirmaram R$ 1 bilhão já de proposta para compra de equipamentos negociados durante a feira. Isso mostra a confiança no governo e nas políticas públicas que serão implantadas”, afirmou.
Sobre o seguro, observou “Seguro nós já temos, mas ele ainda não atende uma massa maior de produtores. Estamos fazendo alguns estudos junto a Conab, junto a Secretaria de Política Agrícola, com instituições financeiras, para achar um modelo. Os Estados Unidos levaram 40 anos pra chegarem ao modelo de hoje. Se houve uma intempérie e o agricultor não produziu, o cheque chega pelo Correio. Esse é o mundo dos sonhos, a que não tenho pretensão de chegar em quatro anos. Mas temos como avançar”.
“Se não temos mais dinheiro no Tesouro para equalizar as nossas taxas, a gente precisa achar novas alternativas. E no seguro é possível diminuir a taxa de juros. Porque se há seguro, portanto, o risco é menor, e a taxa de juros deve cair”, afirmou.
A ministra participou do lançamento de novas tecnologias da Embrapa, como novas variedades de feijões e de um medidor de potássio, que permite verificar o teor no próprio local de plantio. Tereza Cristina destacou a importância da inovação para o setor. “Nós temos que ter uma agricultura que já está no 5.0 (em que os equipamentos ganham maior autonomia). Ontem, recebi uma empresa que têm 10 mil drones voando na China. Esse é o futuro da agricultura. A gente precisa estar antenado com o que vai acontecer”.
Tereza Cristina participou ainda do lançamento de livro infantil sobre o plantio direto, tecnologia utilizada para maior preservação do solo, e comentou sobre a retirada do antidumping que vigorava para o leite em pó importado da União Europeia e da Nova Zelândia.
Artur Hugen, com Coordenação geral de Comunicação Social/Fotos: Noaldo Santos/Mapa
19 de Novembro, 2024 às 23:56