O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, disse nesta semana que o Congresso deve ouvir a sociedade ao debater a proposta de reforma da Previdência, a ser encaminhada pelo governo na quarta-feira (20).
Sobre a definição da idade mínima para a aposentadoria de 65 anos para os homens e 62 para as mulheres, anunciada nesta quinta, Davi avaliou que que o governo fez uma opção e que agora cabe aos deputados e senadores promover a discussão democrática da reforma.
— O Congresso, livremente, vai fazer o debate e a sua escolha. Eu sempre disse que todos nós estamos no mesmo barco. Além da reforma da Previdência, que é fundamental para as contas públicas, temos a reforma tributária, que é importante para desburocratizar o estado brasileiro — afirmou.
Ele voltou a ressaltar que o Senado vai "acompanhar pari e passu o trâmite na Câmara". Questionado se o governo havia feito algum contato com a Presidência do Senado, Davi informou que estava cuidando de questões internas da administração da Casa e que até aquele momento não havia sido contatado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
— Precisamos mostrar a proposta para o Brasil e para o mundo. Os estados e os municípios estão quebrados. Precisamos mostrar a solução — disse.
Em relação à crise entre o ministro da secretaria-geral da Presidência, Gustavo Bebianno, e o vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, o senador ponderou que a questão está fora da agenda do Congresso.
— Isso é um problema do governo, e não do Senado. Como aliás devem achar os senadores. Eu tenho acompanhado pela imprensa.
Perguntado se uma eventual queda do ministro Bebiano poderia atrapalhar o trâmite da proposta da Previdência, o presidente do Senado avaliou que não.
— O ministro Bebianno foi nomeado pelo presidente, e não por um senador ou deputado federal. O governo é que tem de decidir se ele fica ou sai. Não é coisa do Parlamento — disse.
Sobre a possibilidade do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) solicitar um convite para o ministro falar ao Senado, Davi enfatizou que "qualquer senador tem o direito de solicitar, dentro do regimento, um convite ou convocação de um ministro".
Em relação às brigas internas dos membros do governo e dos familiares do presidente Bolsonaro, que se tornam públicas, Davi tornou a declarar o seu distanciamento.
— A gente está tratando dos sonhos dos brasileiros que foram representados nas urnas no dia 7. Problema de relação todo governo teve. Em casa tem problema, as famílias têm problema, imagina no governo. O Senado vai debater os problemas do Brasil, não os problemas do governo — argumentou.
Artur Hugen, com Assessoria da Presidência do Senado/Foto: Jane Araújo/PS
19 de Novembro, 2024 às 23:56