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Leia o artigo do ex-governador de Santa Catarina Henrique Cordova

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Rota Caminhos da Neve ainda esta com sua cionservação na mão de produtores rurais

Quando Moisés, contra a vontade do Faraó, retirou os judeus do Egito e os conduziu à “Terra Prometida”, o fez para libertar um povo da escravidão e preservar a sua identidade, inclusive e principalmente religiosa. Hoje, os Judeus espalhados pelo mundo através de diásporas, têm, em Israel, a sua pátria e base territorial, onde operam milagres para sobreviver e desenvolver-se.
Geralmente os povos elegem e seguem lideres- seus Moisés- que são homens, ou mulheres, capazes de sintetizar e expressar, com atos e palavras, ou pensamentos e obras, as suas aspirações coletivas. O fenômeno reproduz-se nas menores comunidades, segundo afirmou, de outra maneira, o grande e consagrado escritor russo, Leon Tolstoi, autor de “Ana Karenina” e “Guerra e Paz”…

Santa Catarina, na última eleição, escolheu para liderar o seu firme e permanente desenvolvimento um desconhecido, como político, chamado Moisés… Um militar ligado à corporação dos combatentes do fogo acidental ou indevido…. Eu, que não o conheço pessoalmente e passei a conhecer a sua imagem pela televisão, desejo que ele cumpra as tarefas, para a realização das quais se ofereceu, com eficiência, probidade e respeito ao povo catarinense.
A origem de sua formação e o exercício de sua profissão nos sugerem ser ele um homem de princípios morais rigorosos, de disciplina irretocável, de propósitos sociais atualizados, de noções políticas voltadas à realização do bem comum, de conhecimento de nossa história e das aspirações de nossa gente.

Dirijo-me a ele para dar-lhe ciência de que em São Joaquim, onde recebeu uma surpreendente e expressiva votação, há, pronta há alguns anos, uma excelente pista de pouso de aeronaves, que foi implantada e asfaltada pelo Estado, por iniciativa do ex-Governador Luís Henrique da Silveira, um admirador de São Joaquim. Essa pista está ociosa desde a sua conclusão, por falta de acesso adequado e dos demais acessórios necessários à operação de um aeroporto.

Não me parece aceitável a prorrogação infinita do desuso de um equipamento tão necessário ao desenvolvimento municipal, de custo bastante alto e financiado com recursos do povo catarinense. Ademais, o seu funcionamento impulsionaria o desenvolvimento de uma região economicamente deprimida, embora tenha condições de abrigar expressiva indústria turística, em face das peculiaridades de suas culturas de viníferas especiais e maçãs de reconhecida qualidade, tanto nacional como internacionalmente.

O aeroporto permitiria o acesso rápido à região, como exigem os nossos dias e como demandam os empreendedores dispostos a investir no campo do turismo. Não creio que os joaquinenses se interessem em e disponham de capital para investir na indústria turística, nos volumes e no tempo necessários. Desde jovem, ouço falar no potencial turístico da região e nem por isso, até agora, constatei a existência, sequer de intenções, de empreendedores locais inclinados a aplicar recursos na atividade. Com um aeroporto em operação, possivelmente empreendedores de fora, com experiência no e conhecimento do setor, interessar-se-ão pelo negócio.

Quem sabe?

O que não se pode aceitar é a ociosidade de uma pista pronta, por falta de benfeitorias e acesso deixados ao encargo de uma Prefeitura sem recursos e sem condição de busca-los onde eles existem em abundância.

Outro gargalo, na trajetória do desenvolvimento regional, manifesta-se com a morosidade das obras de implantação e asfaltamento dos “Caminhos da Neve”, rodovia que liga, via São Joaquim, Santa Catarina e o Rio Grande do Sul e que avança à média de 1 km por ano. Estava sendo construída por Santa Catarina, quando foi federalizada e imediatamente paralisada. Continua, portanto, exibindo o nosso renitente subdesenvolvimento.

Finalmente, uma cidade que pretende atrair turistas não pode ter bem mais que a metade de sua população desprovida de infraestrutura sanitária.

Só os governos Estadual e Federal podem dar as devidas respostas a essas questões pendentes, há muito tempo, nestes confins meridionais de Santa Catarina… Precisamos de um Messias e de um Moisés…. Deste para levar-nos àquele e de ambos para abrir-nos caminhos e sanear nossa comunidade.

Por Henrique Córdova