A atuação coordenada das procuradorias-gerais dos estados com a Advocacia-Geral da União (AGU) sobre questões submetidas ao Sistema Interamericano de Direitos Humanos e que envolvam os estados foi a proposta apresentada pela advogada-geral da União, Grace Fernandes Mendonça, na reunião do Colégio Nacional de Procuradores-Gerais dos Estados e do Distrito Federal.
O evento em Belo Horizonte se realizou na última semana.
Representando a Procuradoria Geral do Estado de Santa Catarina, o sub-procurador-geral do Contencioso, Ricardo Della Giustina, disse que a proposta da AGU favorece a atuação conjunta de estados e União para solucionar demandas sociais que impliquem na responsabilização do Brasil na Corte Interamericana de Direitos Humanos.
A iniciativa parte da constatação de que pelo menos dez das resoluções relacionadas ao tema debatidas atualmente no exterior têm como objeto a adoção de políticas em âmbito estadual. No cenário atual, em que não há uma articulação entre União e estados, a obtenção de informações que auxiliariam na estratégia de defesa jurídica do país é dificultada pela falta de articulação.
Para a ministra, a sinergia entre os órgãos de advocacia pública será imprescindível, sobretudo na adoção de medidas legais preventivas passíveis de serem adotadas e que auxiliem na diminuição do crescente número de demandas apresentadas perante as cortes internacionais.
“O advogado público é fundamental na proposição de ações que mudem o cenário atual. Podemos ser proativos. E não há dúvida que, embora a defesa de todo o país seja feita pela AGU, ninguém melhor que o procurador do Estado, que conhece a realidade local, para trazer informações precisas que auxiliem no cumprimento de determinada resolução”, explicou Grace Mendonça.
Os 23 representantes das procuradorias presentes ao evento foram favoráveis ao projeto e aprovaram encaminhamento pelo pré-agendamento para agosto da assinatura de um termo de cooperação.
Diagnóstico das procuradorias
Della Giustina também recebeu um exemplar do Relatório Geral do Diagnóstico das Procuradorias-Gerais dos Estados e do DF, entregue pelo presidente da Associação Nacional dos Procuradores dos Estados (Anape), Telmo Lemos Filho, e pelo presidente do Colégio de Procuradores-Gerais, Francisco Wilkie.
A pesquisa apresenta uma análise da carreira e dos órgãos constitucionalmente incumbidos de exercer a representação judicial e a consultoria jurídica das unidades da Federação, e visa contribuir para o aprimoramento da gestão e melhor planejamento das instituições.
A reunião prosseguiu com a discussão a respeito da quebra do Pacto Federativo – exigências do Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (e-Social), Imposto de Renda de servidores públicos e Lei Kandir, entre outros temas de interesse das unidades federativas.
Também foram debatidas a compensação previdenciária, a utilização de depósitos judiciais e a elaboração de um livro que vai abordar o federalismo. No final da reunião, as autoridades tiveram um encontro com o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel.
Artur Hugen, com informações e imagens do GSC/Divulgação