Bancada Sulista

Bancada Sulista

NOTÍCIAS

Museu Paranaense celebra os povos indígenas em abril

Tamanho da letra A+ A-
Indígenas do Povo Fulni-ô visitam a SEEC.Curitiba, 13 de abril de 2016

O Museu Paranaense celebra a população ameríndia em abril com programação dedicada à valorização, preservação e promoção da cultura, da língua e da arte dos povos indígenas. Curso de língua caingangue, mesa-redonda sobre arte contemporânea indígena, exibição de filme, apresentações do grupo Towê Fulni-ô, exposição e venda de artefatos fazem parte das atividades do Abril Indígena.

“Durante séculos, os índios resistiram a várias formas de dominação e desenvolveram estratégias para adaptar-se às condições mais adversas sem perder a dignidade”, disse a diretora do Museu Paranaense, Gabriela Bettega.

Segundo ela, se a cultura é a lente através da qual o homem vê o mundo, herdamos dos indígenas o desejo de beleza, provindo de sua vontade de perfeição ao pintar o corpo, modelar um vaso ou trançar um cesto, imprimindo em cada peça de seu trabalho a expressão de quem a fez. “Esperamos que as atividades programadas pelo museu ponham foco na sabedoria milenar dos nossos povos originários”, afirmou.

Programação

As atividades do Abril Indígena iniciam nesta quarta-feira (03) com a primeira aula do curso de “Introdução à Língua e Cultura Caingangue” (até 26 de junho), ministrado pelo pedagogo Florêncio Rekayg Fernandes, indígena nascido na Terra Indígena Rio das Cobras no município de Nova Laranjeiras (PR). “Acredito que as minhas iniciativas de valorização e fortalecimento da cultura caingangue para a sociedade não indígena só vêm a contribuir no combate ao preconceito, valorizando sempre o trabalho coletivo e as práticas do meu povo”, diz.

No dia 10, em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR), ocorre o “Arte indígena contemporânea em foco”, evento que propõe debater e apresentar a estética e poética ameríndia.

A programação inicia às 14h e segue até as 21h, com mesa-redonda, sarau poético, exposição de arte e exibição de filme. O evento é gratuito e as inscrições devem ser feitas em bit.ly/arte_indigena.

No dia 11, às 10h e 15h, tem apresentação cultural do “Grupo Towê Fulni-ô” com exposição e venda de artefatos dos povos Fulni-ô, de Águas Belas, Pernambuco. As apresentações são abertas ao público e não é necessário se inscrever previamente.

Pioneirismo

Pioneiro na coleta de material etnográfico, pesquisa e publicação sobre as populações indígenas no Paraná e no Brasil, o Museu Paranaense possui coleções que datam do século XIX. Destaque para atuações de pesquisadores como Romário Martins, José Loureiro Fernandes e Vladimir Kozák.

Pela importância do acervo iconográfico, filmográfico e textual de 17 povos indígenas brasileiros registrados por Kozák entre 1948 e 1978, desde 2017 o Museu passou a integrar o Programa Memória do Mundo da Unesco.

Artur Hugen, com AEN/Pr/Foto: Kraw Penas/SEEC