O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, ressaltou nesta terça-feira (23) que o Brasil precisa do engajamento do setor privado para encontrar a solução para o problema do saneamento. Segundo ele, não será o Orçamento federal que vai resolver isso, devido ao alto endividamento público.
“O setor privado pode criar soluções que se adaptem às mudanças tecnológicas e mercadológicas”, disse ele, ao discursar na abertura da solenidade de lançamento do Painel Saneamento Brasil, no auditório do Ministério do Meio Ambiente (MMA), em Brasília. O painel é uma iniciativa do Instituto Trata Brasil e conta com o apoio do ministério.
Depois de lembrar que saneamento é um dos temas da Agenda de Qualidade Ambiental Urbana do MMA, Salles destacou que esse problema é “gravíssimo” em todo o país, independentemente do estado. E deu o exemplo de São Paulo, onde foi secretário de Meio Ambiente.
Segundo ele, mesmo a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), empresa pública de capital aberto, com recursos e técnicos de qualidade, não consegue solucionar os gargalos do saneamento. “Todo o litoral de São Paulo, estado mais rico do Brasil, tem problemas de esgoto”, afirmou.
Antes de encerrar o seu discurso, o ministro prometeu dar todo o apoio ao Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), representado no evento pelo Secretário Nacional de Saneamento, Jonatas Castro, para a expansão da rede de esgoto no país.
“(Vamos atuar) não só ressaltando a importância do tema para toda a sociedade, mas também apoiando do ponto de vista jurídico, com normas do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), portarias interministeriais e recursos internacionais, que sejam possíveis de serem canalizados para esse fim”, garantiu.
Portal
O presidente do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos, enfatizou durante sua fala a importância do lançamento do Painel Saneamento Brasil. Segundo ele, o portal trará indicadores de saneamento básico nos municípios com população acima de 50 mil habitantes.
“O portal começará com indicadores das 200 maiores cidades que, juntas, somam 104 milhões de brasileiros, até chegar ao total de 839 cidades, abrangendo 70% da população do país”.
Entre as informações disponíveis no painel, haverá dados de acesso à água, esgoto e impactos socioeconômicos da falta de saneamento nas regiões metropolitanas e nas 839 cidades acima de 50 mil moradores.
Além do ministro e do presidente do Instituto, participaram do evento a diretora-presidente da Agência Nacional das Águas (ANA), Christianne Dias, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), o deputado federal Enrico Misasi (PV-SP), articulador da Frente Parlamentar Mista Pelo Saneamento, que será lançada no dia 29 de maio, em Brasília, e autoridades estaduais.
Artur Hugen, com Ascom MMA/Foto: Rubens Freitas
19 de Novembro, 2024 às 23:56