O governador Raimundo Colombo participou na noite desta quarta-feira, 19, da abertura do 35º Festival de Dança de Joinville, no Centreventos Cau Hansen. “Orgulho é o sentimento que sinto pela importância, força, grandiosidade e desenvolvimento do festival. É um evento que entrou no coração das pessoas e, agora, faz parte da vida de todos os catarinenses e brasileiros”, destacou. No último ano, o festival deu a Joinville o título de Capital Nacional da Dança.
Raimundo Colombo foi agraciado com a comenda Ordem do Mérito Cultural Bolshoi Brasil, homenagem instituída em 2015, concedida para pessoas que contribuem e acreditam no valor da arte. Em seguida, os bailarinos da Companhia Deborah Colker apresentaram o espetáculo O Cão sem Plumas, emocionando a plateia.
“A cada ano o festival está melhor, com muita qualidade, conhecimento e repercussão. É uma referência na formação dos jovens e adolescentes. Uma das características mais importantes é que a comunidade de Joinville se envolve, participa e ajuda a fazer o festival. É por isso que o evento tem essa relevância e fez 35 anos de uma história de sucesso. É um evento que destaca Santa Catarina e que promove nossa arte, cultura e valores”, disse o governador.
O presidente do Instituto Festival de Dança, Ely Diniz, disse que, embora Santa Catarina ainda tenha dificuldades a serem superadas, é um estado diferenciado por manter o apoio à arte. “Em Santa Catarina, as dificuldades são imensas. Mesmo assim, o Governo do Estado está conseguindo apoiar o Festival de Dança e manter a Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, por entender que dança traz prestígios e gera recursos para Santa Catarina. Por isso, ao governador Raimundo Colombo nossos agradecimentos e à toda equipe por continuar apoiando a dança brasileira”, afirmou.
O secretário de Estado do Turismo, Cultura e Esporte, Leonel Pavan, o presidente da Fundação Catarinense de Cultura (FCC), Rodolfo Pinto da Luz, e o prefeito de Joinville, Udo Dohler, também participaram da abertura do evento. “Se Santa Catarina é escolhida como melhor destino turístico do Brasil, é também por conta de eventos como este. A dança é uma arte que passou a ser referenciada em nosso estado devido ao Festival de Dança de Joinville”, destacou o secretário Pavan.
O Governo do Estado apoia a edição com R$ 900 mil por meio da Fundação Catarinense de Cultura (FCC). Durante 12 dias, o evento vai apresentar um panorama do que se produz e se ensina em dança em todo o país. Isso inclui desde grandes espetáculos com companhias nacionais e internacionais, até cursos, oficinas e workshops coreográficos e apresentações e atividades gratuitas à comunidade. Até o dia 29 de julho, o público poderá apreciar 3.326 mil coreografias selecionadas nos sete gêneros da dança - balé clássico de repertório, balé neoclássico, dança contemporânea, danças populares, danças urbanas, jazz e sapateado.
Nesta edição, participam mais de sete mil bailarinos do Brasil e de outros países como Argentina e Paraguai. São 240 horas de espetáculos, sendo 200 gratuitas. O festival é considerado o maior do mundo em número de participantes desde o ano de 2005, segundo o Guiness Book.
De acordo com a organização, 230 mil pessoas devem visitar o festival. Neste período, mil novos empregos são gerados direta e indiretamente e outros setores da economia registram maior movimentação. Os hotéis e pousadas têm 70% de lotação. Restaurantes, casas noturnas, táxis, vans e ônibus também faturam.
A importância para os participantes
Para participar do Festival de Dança, Hanna Vilaça, de Manaus, Amazonas, enfrentou mais de 11 horas de viagem e nem mesmo o frio que encontrou na cidade a desanimou. “Estamos acostumados com 40ºC, aqui nos deparamos com 4ºC na última noite. O frio é um espetáculo à parte. Tudo vale a pena para estar neste festival, que eu considero ser o maior do mundo. Não existe sensação melhor do que estar com pessoas queridas, fazendo o que amamos e nesta cidade maravilhosa que é Joinville”, relatou.
A professora de dança e bailarina Erica Mendes, de Macaé, Rio de Janeiro, contou que é a quarta vez que ela e sua equipe participam do festival. “É um prazer estar neste festival com tantas escolas boas, com cursos e muitas trocas de experiências. É um evento que proporciona oportunidades e tem muita importância para quem trabalha com dança”, explicou.
“Estou vindo aqui pela quarta vez, mas é como se fosse a primeira. A sensação é muito boa, uma experiência, um estudo, um aprendizado para que no futuro possamos crescer e aprender muito mais. Dançar é uma arte belíssima. E o festival é uma porta que se abre”, relatou a bailarina Lili Nery, da Companhia de Dança Priscila Ferraz, do Rio de Janeiro.
O espetáculo criado por Deborah Colker é baseado no poema de João Cabral de Melo Neto O Cão sem Plumas, publicado em 1950. Nele, o autor acompanha o percurso do Rio Capibaribe, que corta boa parte do estado de Pernambuco e ilustra a pobreza da população ribeirinha, o descaso das elites e a vida no mangue. A imagem do “cão sem plumas” serve para o rio e para as pessoas que vivem no seu entorno.
Em cena, Deborah mistura a dança com o cinema. Cenas de um filme realizado por Deborah e pelo pernambucano Cláudio Assis – diretor de longa-metragens como Amarelo Manga, Febre do Rato e Big Jato – são projetadas no fundo do palco e dialogam com os corpos dos 13 bailarinos. As imagens foram registradas em novembro de 2016, durante uma imersão de 24 dias da companhia e do cineasta, do limite entre sertão e agreste até Recife.
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Artur Hugen,com informações do GSC/Fotos: Jaime Tavares
19 de Novembro, 2024 às 23:56