Anualmente, batuíras, maçaricos, pernilongos e narcejas migram aos milhares pelas Américas e dependem da vasta oferta de áreas úmidas existentes no Brasil para alimento e descanso. Boa parte dessas áreas - também utilizadas para a reprodução pelas aves residentes - ficam em parques nacionais administrados pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), autarquia do Ministério do Meio Ambiente (MMA).
Neste sábado (11), comemora-se o Dia Mundial das Aves Migratórias, que tem como tema Proteja as aves – Seja a solução para reduzir o plástico no mar. Essas aves, em especial as marinhas e costeiras, são espécies-símbolo da luta contra a poluição no mar, uma das prioridades da Agenda Nacional de Qualidade Ambiental Urbana do MMA.
A data tem motivos de sobras para ser comemorada. De 1º a 5 de abril, o ICMBio promoveu a Oficina de Elaboração do Segundo Ciclo de Planejamento do Plano de Ação Nacional (PAN) para a Conservação das Aves Limícolas Migratórias, dando um importante avanço na pesquisa e conservação dessas espécies.
A oficina foi organizada pela direção do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave), do Instituto, em colaboração com SAVE Brasil e a Rede Hemisférica para Aves Limícolas Migratórias (WHSRN).
Participaram do evento representantes da academia, organizações governamentais e não governamentais da área do meio ambiente estaduais e federais. Na ocasião, foram definidas 25 ações prioritárias para a conservação das aves migratórias para os próximos cinco anos.
O planejamento brasileiro está alinhado com os objetivos internacionais para as aves migratórias nas Américas, como a Convenção para Espécies Migratórias (CMS), a Artic Migratory Bird Initiative (AMBI/CAAF) e a Atlantic Flyway Shorebird Initiative (AFSI).
Invernada
Houve também avanços em relação ao monitoramento das aves migratórias. Agora há pouco, no início do mês, quando terminou o período de invernada das aves limícolas (vivem em áreas úmidas) no Brasil e a maioria partiu em migração de outono (primavera no Hemisfério Norte) rumo aos Estados Unidos e Canadá para o período de reprodução, o Cemave/ICMBio realizou várias ações.
Os pesquisadores fizeram censos terrestres e aéreo e quatro expedições para captura e marcação das aves migratórias em parques nacionais brasileiros. O trabalho teve apoio do Projeto GEF Mar e a participação de diversas instituições, entre elas a UFPA, IFCE, UFBA, UFAL, UFRJ, UFRGS e FURG, além do apoio das equipes dos parques nacionais do Cabo Orange (AP), da Restinga de Jurubatiba (RJ) e da Lagoa do Peixe (RS).
Centenas de aves limícolas foram capturadas para coleta de dados biométricos e biológicos e marcadas com anilhas, bandeirolas e outros marcadores para rastreamento remoto. Essas ações de monitoramento permitirão a melhor compreensão do deslocamento e migração, tendências populacionais e uso dos habitats.
Por serem bioindicadores (espécies cuja presença num local indicam as condições ambientais), os dados também possibilitam avaliar os efeitos das alterações das áreas úmidas e efetividade dos parques nacionais, além de aferir a condução das ações estratégicas do PAN Aves Limícolas Migratórias.
Serviço:
Para saber mais, acesse:
Plano Nacional de Ação das Aves Limícolas
Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba
Parque Nacional do Cabo Orange
Parque Nacional da Lagoa do Peixe
Western Hemisphere Shorebird Reserve Network (WHSRN)
Ascom MMA/Foto: Ariane Ferreira/MMA
19 de Novembro, 2024 às 23:56