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Únicas ligações do Sul catarinense com a serra gaúcha precisam de obras de manutenção

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As únicas ligações do Sul do estado com a Serra gaúcha apresentam problemas de pavimentação, segurança e precisam de manutenção. Além de rotas turísticas, a Serra da Rocinha e a Serra do Faxinal são corredores que ajudam no escoamento da produção

As únicas ligações do Sul do estado com a Serra gaúcha apresentam problemas de pavimentação, segurança e precisam de manutenção. Além de rotas turísticas, a Serra da Rocinha e a Serra do Faxinal são corredores que ajudam no escoamento da produção.

A Serra da Rocinha está interditada para obras, já a Serra do Faxinal precisa de recuperação, conforme a terceira reportagem da série Rotas da Serra, que já mostrou também as condições das rodovias no Planalto Norte e da BR-282, entre a Grande Florianópolis e Bom Jardim da Serra.

Por nota, o Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra) não deu um prazo para que as obras da Serra do Faxinal sejam retomadas. Informou apenas que está analisando possíveis tratativas com relação às licenças ambientais pendentes.

A Serra da Rocinha faz parte da BR-285, rodovia que liga Araranguá até a cidade gaúcha de São Borja, na divisa com a Argentina. São mais de 700 quilômetros, mas o trecho da Serra da Rocinha é o que mais preocupa.

São 13 quilômetros de ladeiras, curvas fechadas e penhascos. Foi num deles que uma família inteira perdeu a vida no réveillon de 2015. O carro despencou a cerca de 500 metros na Serra da Rocinha. A família passaria a virada do ano no litoral catarinense.

O que não faltava era cobrança por melhorias no trecho. Em 2014, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) começou as obras de pavimentação na serra, que está interditada para os trabalhados desde o mês passado.

A obra foi dividida em dois lotes. O lote dois, que fica em Santa Catarina, tem 22 quilômetros de obras e a previsão é terminar os trabalhos até setembro de 2020.

O presidente da Associação dos Moradores do Extremo Sul Catarinense (Amesc), Arlindo Rocha, que fiscaliza a obra, garante que tudo está dentro do prazo. "O cronograma está em dia, as pontes, os viadutos", disse.

Importante para a região, mas principalmente para Timbé do Sul. A prefeitura projeta até um aumento de turistas. "Alguns moradores construindo alguns chalés, restaurantes já estão sendo trabalhados", afirmou o prefeito, Roberto Biava (PP).

A Serra da Rocinha deve ficar fechada até o final do ano.

Serra da Rocinha estava com chão batido, curvas perigosas e buracos — Foto: Reprodução NSC TV

Com a Serra da Rocinha fechada por causa das obras, a única ligação direta entre o Sul do estado e a Serra gaúcha é a Serra do Faxinal, mas o motorista precisa ter muita paciência. A maior parte dos mais de 30 quilômetros é de estrada de chão batido com pedras no meio do caminho, o que dificulta ainda mais o trajeto.

A Serra do Faxinal tem 12 quilômetros e está numa rodovia estadual, a SC-290. É a ligação entre a cidade catarinense Praia Grande e a gaúcha Cambará do Sul. A vista é de encher os olhos, mas a estrada tem muitos problemas pelo caminho. Quem depende do turismo, acaba prejudicado.

Flávio Getúlio Lima é dono de uma agência de turismo integrada à um bistrô. Ele conta que os clientes gostam do lugar, mas que muitos acabam não voltando.

"Com frequência, as pessoas pedem ajuda para a gente aqui, pedem guincho, pedem borracheiro, pedem mecânico porque o carro sofreu muito com a estrada ruim. Se a estrada fosse melhor, nós teríamos muito mais pessoas passando aqui", disse Lima.

O governo do estado até começou a pavimentar a rodovia. Alguns trechos têm asfalto, outros não. Há dois anos as obras pararam depois que institutos ambientais pediram estudos sobre a fauna da região.

Agora precisa da renovação da licença de implantação e de autorização pra corte de vegetação. Enquanto isso, quem depende de comércio para sobreviver, vai se virando como pode. "A gente perdeu 90% do movimento. Bastante. Porque saiu a estrada da Rota do Sol e o pessoal não desceu mais por aqui", lamentou a comerciante Analete Pereira Gomes.

Fonte: G1 SC