O presidente da Comissão de Educação Cultura e Esporte, em exercício, senador Flávio Arns (Rede-PR), concede entrevista ao jornalista Carlos Nascimento do Bancada Sulista. Falou sobre o momento em que o Brasil vive em relação à Educação.
Bancada Sulista: Qual sua avaliação deste movimento que se vê nas ruas, Brasil afora, senador?
Flávio Arns: “Eu digo Educação é tudo, é prioridade absoluta. É importante dizer que esta manifestação que está acontecendo no Brasil inteiro é bonita, é boa e importante para que a população diga: olha queremos uma educação de qualidade, com recursos, sem cortes, sem contingenciamento, porque nós queremos um Brasil melhor, mais desenvolvido. E isso só acontece através da educação, desde a educação infantil até o pós-graduação, com as faculdades, universidades, todas elas incluídas nesse processo. Considero que é uma manifestação do povo dizendo não à retrocessos, não a cortes e sim a mais recursos, a mais investimentos e a mais valorização”.
Bancada Sulista: O que o senhor espera do governo Federal, senador Flávio?
Flávio Arns: “Olha eu espero aquilo que foi falado na Comissão de Educação, Cultura e Esporte, aquilo que foi debatido com o Ministro da Educação Abraham Weintraub. Que ele estabeleça um diálogo com a sociedade, particularmente, no momento em que os recursos não são muitos.
No entanto, a sociedade não pode ser pega de surpresa, como as universidades foram. De um dia para o outro, cortes de 30% no orçamento sem se discutir, sem se escutar. Cortaram-se bolsas da CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Entendo que tem que haver um diálogo, a valorização das universidades, da educação básica, dos hospitais. É necessário conversarmos com todo mundo e juntos construirmos uma perspectiva melhor. Isso foi dito verbalmente e eu, como presidente da Comissão, inclusive registrei por escrito para o ministro.
Temos que investir em educação. Isso é fundamental de se dizer, de repetir, de insistir. É um investimento. Se nós atendermos bem as crianças, os adolescentes e jovens, durante 20 anos, desde a educação infantil até a faculdade, a gente vai ter um Brasil diferente: um pessoal que estude e trabalhe. Educação em tempo integral, valorizar o docente, a carreira docente, materiais de boa qualidade, valorização das famílias, do conselho escolar, dá para mudar o país com essas ações. É preciso ter a determinação política de dizer ‘vamos fazer’ isso sim, nada de retrocessos. Um exemplo que posso citar como uma das fontes de recursos é a permanência do Fundeb – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação. Garantir a permanência do Fundeb, inserindo-o como política de Estado no corpo da Constituição Federal.
Da Redação
19 de Novembro, 2024 às 23:56