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Congresso é palco de debate sobre o papel dos índios na sociedade

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Eles estão pintados para a guerra, mas não querem superar tribos rivais ou eliminar o homem branco

Eles estão pintados para a guerra, mas não querem superar tribos rivais ou eliminar o homem branco. Os corpos, tingidos com o preto do jenipapo e o vermelho do urucum, carregam pela Esplanada dos Ministérios o simbolismo da luta por demandas tão antigas quanto o próprio Brasil, mas que, no momento, enxergam sob grande risco.

A principal dessas demandas é o domínio sobre seus territórios, vistos numa perspectiva fundiária, cultural e econômica. Há outras, entretanto, que se relacionam com os direitos à saúde e à educação, por exemplo, e que também são encaradas como vitais para os cerca de 900 mil integrantes da população indígena brasileira. Na época do descobrimento, há 519 anos, seus antepassados somavam cerca de três milhões de pessoas, segundo a Fundação Nacional do Índio (Funai).

E usufruíam das riquezas naturais, dentro de uma lógica peculiar substituída pelo modelo exploratório dos colonizadores, o que ainda permeia de maneira determinante as relações entre a sociedade dos índios e dos não índios, mesmo quando seus limites não parecem tão claros.

A mais recente mobilização dos povos indígenas começou em abril, o mês do Descobrimento. Durante a 15ª edição do Acampamento Terra Livre, em Brasília, eles buscaram o cenário mais propício para a batalha — o Congresso Nacional — e a arma mais eficaz: a pressão política. Não só participaram de audiências públicas no Senado, como foram recebidos no gabinete do presidente da Casa, Davi Alcolumbre, que prometeu se empenhar por eles.

“O Senado é a casa do povo e diálogo deve ser a palavra de ordem. Os povos originários merecem o nosso respeito e podem contar com o meu apoio para promover a conversa e o entendimento na valorização das causas indígenas”, disse Davi.

Fonte: Dante Accioly, da Agência Senado/Colaborou: Nelson Oliveira/Fotos: Marcos Oliveira/AS/ Christian Braga/MNI