O cenário de mar bravio na economia e na política fez despertar um novo comportamento nos comandantes de organizações. Desde 2015, um dos poucos rankings internacionais em que o Brasil subiu de posição, de 11º para 9º lugar, foi no de infelicidade apurado pela Bloomberg. Ou seja, piorou no índice calculado a partir das taxas de inflação e desemprego.
Com poucas chances de configurar coincidência, no mesmo período, a Fundação Getúlio Vargas (FGV), por exemplo, registrou aumento de 30% na procura por cursos de curta duração. Dentre os quais, um tema disparou na preferência dos interessados: liderança.
Para se ter ideia do fenômeno, o Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplás) criou um curso específico na matéria, a partir da intensa procura manifestada por um contingente de empresários, executivos, diretores, gestores e até profissionais liberais – a maior parte deles, egressos das duas turmas já formadas no curso de Gestão na Prática desenvolvido pelo Simplás em parceria com o Centro Universitário Uniftec.
Inscrições podem ser feitas pelo e-mail vanessa@simplas.com.br ou pelo telefone (54) 3013.8484. A carga de 16 horas se distribuirá em quatro aulas, entre 2 e 30 de agosto, das 18h30 às 22h30, nas instalações da Uniftec. A pró-reitora acadêmica da instituição, Débora Frizzo, que ministra a disciplina de Liderança no curso de Gestão do Simplás, será também a responsável pela nova capacitação:
“Já temos a complexidade das pessoas. E agora, com a crise, as empresas precisam fazer muito mais com muito menos. Isso é pura gestão de pessoas. Precisamos apresentar mais resultados com menos recursos. E as pessoas se sentem muito estressadas, assoberbadas, prontas para explodir. Quando mais precisariam estar bem, mais estão nervosas, melindradas, em estado de ebulição”, avalia a psicóloga, doutora e mestre em Desenvolvimento Humano.
Segundo Debora, a própria demanda é um sinal de maturidade do público corporativo atual. A professora assinala que muitas pessoas que hoje ocupam cargos de liderança chegaram a estes postos por uma combinação bem sucedida de acontecimentos e capacidades técnicas. Porém, uma vez no comando, sentem falta de habilidades comportamentais.
“O grande desafio é lidar com pessoas. Com produtos e processos, todos sabem lidar. Agora, para quem precisa apresentar cada vez mais resultado com muito menos recursos, é preciso saber lidar com as pessoas e toda sua variabilidade de comportamento, todos os dias. É preciso saber como conseguir que cumpram suas tarefas sem tanto conflito. Como tirar o melhor proveito das competências de cada pessoa e fazer com que elas se sintam bem com isso”, pondera a psicóloga.
De acordo com Débora, é intensa a procura por capacitações deste tipo. E o perfil dos interessados no aprimoramento abrange desde líderes jovens a pessoas com mais tempo de carreira, que já percebem uma profunda transformação entre os liderados, nos últimos 20 anos. O que, por consequência, se reflete nos métodos, que precisam acompanhar o ritmo das mudanças.
O exemplo da empresa WSUL é sintomático. A unidade de Caxias do Sul (RS) da multinacional inscreveu, sozinha, sete participantes no curso de Liderança do Simplás.
“É um aspecto fundamental do trabalho. A empresa dá muita atenção a isso, faz pesquisa de ambiente laboral. Entendo que não se deve relacionar o interesse à crise, mas, sim, deve ser uma busca constante. Às vezes falta um curso bom, com coisas novas, que saia do velho sistema teoria e vídeo. Acredito que este tenha muito a acrescentar”, opina o diretor de planta da WSUL, Nicolau Mussi.
O executivo revela que travou o primeiro contato com os métodos de Débora no curso de Gestão na Prática do Simplás, em 2016. Mussi gostou da prática, concluiu que uma capacitação específica em Liderança poderia auxiliar no cotidiano da empresa e que seria oportuno compartilhar com os colegas.
“É um modelo de liderança baseada em exemplos, princípios, valores, que é o que sempre acreditei. Diante da crise ética que o Brasil enfrenta hoje, isso vai ficar ainda mais forte. Foram os valores que trouxeram a humanidade até aqui. Nos baseamos nestes princípios para ajudar a sair deste momento que vive o país. E o curso de Liderança criado pelo Simplás tem essa visão”, afirma Mussi.
Débora observa que o curso não fornece – nem pretende – receitas prontas. O que pode fazer, por outro lado, é auxiliar a identificar e trabalhar comportamentos. De um lado, os inadequados. E do outro, aqueles que realmente permitirão a cada participante encontrar a sua forma de conduzir a companhia.
“Neste momento, na sociedade, sabemos o que não se pode fazer. Mas ainda não sabemos o que fazer no lugar disso. O certo é que práticas coercitivas, punitivas não têm mais lugar. Mas, o que fazer, então? Bem, o líder tem que ter a humildade e a modéstia de reconhecer as próprias limitações. Já é um bom exemplo do gestor para seus liderados. O curso trabalha muito o comportamento do líder. E cada um vai descobrir o seu jeito de liderar, no contexto e para seu grupo”, conclui.
CURSO DE LIDERANÇA SIMPLÁS
Quando: 2, 9, 16 e 30 de agosto
Horário: das 18h30 às 22h30
Carga: 16 horas-aula
Local: Centro Universitário Uniftec
Ministrante: psicóloga Débora Frizzo (mestre e doutora em Desenvolvimento Humano, pró-reitora acadêmica da Uniftec)
Programa: Contextualização da Liderança: definições e papéis da liderança, tipos de liderança, diferenças entre liderança, gestão e chefia, Variáveis individuais e grupais de líderes e liderados que impactam na liderança; O desenvolvimento da personalidade de um líder; Inteligência emocional; Desenvolvimento de ferramentas de liderança
Investimento: R$ 305 (empresas associadas contribuintes); R$ 355 (empresas contribuintes mensalistas e parceiros) e R$ 405 (público em geral)
Informações e inscrições: vanessa@simplas.com.br / (54) 3013.8484
Artur Hugen, com informações da AI/Simplás/Foto: Neli Alvanoz
19 de Novembro, 2024 às 23:56