“Meu casamento se resume a 16 anos de martírio: fui proibida de estudar, humilhada, estuprada, traída... E o padrão continuava o mesmo: eu era culpada por todas essas violências! Foi na Casa da Mulher que soube do programa do Senado que reserva 2% das vagas de contratos com empresas terceirizadas para mulheres que sofrem violência doméstica. Eu me inscrevi, passei na entrevista e consegui o emprego.
Gostaria que a senhora entendesse como esse emprego é importante para mim, o quanto eu sou grata por essa oportunidade. Minha vida mudou! Hoje tenho orgulho da minha profissão, sinto-me mais plena, segura, capaz e digna...”. Esses são trechos da carta recebida pela diretora-geral, Ilana Trombka, de uma das mulheres acolhidas pelo Programa de Assistência a Mulheres em Situação de Vulnerabilidade do Senado Federal, que está sendo apresentado em palestras realizadas pela diretora-geral.
Promovida pela Associação Brasileira das Mulheres de Carreira Jurídica de Santa Catarina (ABMCJ/SC), com o apoio do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) e da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), na última semana a capital, Florianópolis, teve palestra da diretora-geral, dio Senado Federal.
Ilana Trombka compartilhou com diversas autoridades presentes, no Salão Pleno do TJSC, informações sobre o Programa de Assistência a Mulheres em Situação de Vulnerabilidade, empoderamento feminino, equidade de gênero e demais trabalhos realizados no Senado Federal, como a campanha de combate ao assédio moral e sexual.
Implantada no Senado desde 2016, essa iniciativa pioneira, que destina 2% do total de vagas de terceirizados no Senado a mulheres que sofreram violência doméstica, tem sido requisitado por diversos órgãos públicos e privados em todo o Brasil que querem adotar o projeto.
Ao explicar sobre o programa, Ilana Trombka, lembrou que a saída do ciclo de violência não é algo simples, não é algo que ainda seja estabelecido culturalmente pela sociedade, e que há uma tendência de manutenção do ciclo de violência.
— Ao prover para essas mulheres postos de emprego fixo, de carteira assinada, com plano de saúde, em um ambiente adequado e sadio, colaboramos para o empoderamento econômico e social delas — ressaltou Ilana.
Também participaram do evento Maria Elisa de Caro, secretária de estado de Assistência Social Trabalho e Habitação, que representou a vice-governadora do estado de Santa Catarina, Daniela Cristina Reinehr; Salete Sommariva, desembargadora responsável pela Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cevid) do Tribunal de Justiça; Stella Maris de Seixas, coordenadora da região Sul da ABMC/SC; Vera Lúcia de Ávila Moukazel, presidente da ABMCJ/SC; Ingrid Chineppe Hofstatter, vice-presidente da ABMCJ/SC, e Vera do Nascimento Pinheiro Gonçalves, que estava representando o deputado estadual de Santa Catarina Sergio Motta.
A desembargadora Salete Sommariva, que acompanhou a exposição no painel de honra, destacou o desejo de ver a iniciativa reproduzida também nos órgãos públicos de Santa Catarina.
— Trata-se de uma medida com resultados imediatos. É uma iniciativa pioneira. Dentre tantos projetos que se tem em relação à violência doméstica, esse é um projeto que desponta com algumas diferenciações e com uma expectativa de resultado maior — avaliou a desembargadora.
Vice-presidente da ABMJC/SC, Ingrid Hofstatter, ressaltou que temos sub-notificação de casos de violência muito grande no Brasil:
— Estamos falando de 500 mil mulheres agredidas. Esse projeto proporciona a realocação dessas mulheres no mercado de trabalho, para encerrar esse ciclo de violência.
No mesmo dia, as palestrantes concederam entrevista à Rádio CBN de Florianópolis, durante a qual foram esclarecidas dúvidas e debatidos temas sobre equidade de gênero e iniciativas no combate a violência contra a mulher. Confira no link.
Confira o áudio completo da Carta da Lia, colaboradora acolhida pelo Programa de Cotas, no link.
Agência Senado, com Diretoria-Geral/ Fotos: Dger/Divulgação
19 de Novembro, 2024 às 23:56